mercado de seguros de veículos está em constante transformação, impulsionado por novas tecnologias, mudanças no comportamento do consumidor e inovações nos modelos de negócios. Mas, em meio a esse cenário dinâmico, a grande questão é: quais seguradoras, insurtechs e associações de proteção veicular conseguirão se destacar criando novas oportunidades e diferenciais competitivos? Essa é a reflexão central do artigo publicado por Bauer de Lima no LinkedIn, que aborda o conceito de "oceano azul" e sua aplicação ao setor de seguros de automóveis.
O conceito de "oceano azul" no mercado de seguros de veículos
O termo "oceano azul" foi cunhado pelos autores W. Chan Kim e Renée Mauborgne no best-seller "A Estratégia do Oceano Azul". A ideia principal é que empresas podem escapar da concorrência intensa nos "oceanos vermelhos" ao criar mercados inexplorados, onde há menos disputa direta e maiores possibilidades de inovação e crescimento.
No setor de seguros automotivos, esse conceito é fundamental. A maioria das seguradoras ainda opera dentro de um modelo tradicional, baseado na precificação por perfil de risco, tabelas fixas e processos burocráticos. No entanto, há espaço para empresas que inovam, criando soluções personalizadas e explorando novas formas de relacionamento com os segurados.
As oportunidades no oceano azul dos seguros de veículos
O artigo de Bauer de Lima destaca que, apesar da maturidade do mercado de seguros de automóveis, ainda existem lacunas que podem ser exploradas para a criação de diferenciais competitivos. Algumas das oportunidades incluem:
- Modelos de seguros flexíveis: O crescimento dos seguros pay-per-use, onde o cliente paga apenas pelo uso real do veículo, e dos seguros sob demanda, que permitem personalizações em tempo real.
- Uso de tecnologia para precificação inteligente: A adoção de inteligência artificial, big data e telemetria para criar apólices mais justas, baseadas no comportamento do motorista, e não apenas em dados estatísticos tradicionais.
- Expansão de seguros para veículos conectados e autônomos: Com o avanço da tecnologia, surgem novas necessidades de cobertura para veículos com sistemas avançados de assistência à condução (ADAS) e conectividade digital.
- Parcerias estratégicas com montadoras e empresas de mobilidade: Seguradoras que se integram ao ecossistema automotivo, oferecendo seguros embutidos na compra ou assinatura de veículos, podem conquistar novos nichos.
- Melhoria na experiência do cliente: Processos simplificados, atendimento digital humanizado e indenizações mais rápidas podem ser diferenciais competitivos significativos.
O papel das insurtechs e associações de proteção veicular
Nos últimos anos, as insurtechs vêm ganhando espaço no mercado ao oferecer soluções mais ágeis e personalizadas, eliminando burocracias e utilizando tecnologia para melhorar a experiência do cliente. Com modelos inovadores, essas startups criam novos produtos e desafiam seguradoras tradicionais, propondo formas alternativas de cobertura e distribuição.
Além disso, as associações de proteção veicular têm se consolidado como uma opção para consumidores que buscam proteção a custos menores e sem as exigências das seguradoras convencionais. No entanto, a recente regulamentação dessas associações pode impactar significativamente seu funcionamento, garantindo maior transparência e segurança para os usuários, mas também impondo desafios de conformidade e estruturação para o setor.
Quem sairá na frente?
Com seguradoras tradicionais, insurtechs e associações de proteção veicular disputando espaço, a corrida pelo "oceano azul" dos seguros de veículos está cada vez mais acirrada. As empresas que conseguirem inovar além da simples digitalização de processos e oferecer um serviço mais transparente e customizável terão mais chances de conquistar um espaço relevante.
No Brasil, o mercado de seguros de veículos está em adaptação a essas novas realidades, com seguradoras buscando alternativas mais flexíveis e tecnológicas para atender um público cada vez mais exigente.
Bauer de Lima conclui seu artigo ressaltando que a corrida para definir os líderes do setor não será vencida apenas por preço ou tamanho, mas pela capacidade de inovar, oferecer soluções diferenciadas e atender novas demandas dos consumidores. Criar um "oceano azul" no segmento de seguros automotivos exigirá visão estratégica, ousadia e um foco contínuo na experiência do cliente.
Com a evolução da mobilidade e das expectativas dos consumidores, será interessante observar quais empresas conseguirão realmente redefinir o mercado e conquistar um espaço sustentável de crescimento.