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álcool no carnaval pode ser uma combinação perigosa

O carnaval é um dos eventos mais aguardados do ano no Brasil, marcado por festas, blocos de rua e intensa interação social. O consumo excessivo e constante de álcool nesse período pode trazer riscos graves à saúde e contribuir para o aumento de doenças no período pós-carnaval. O abuso de bebidas alcoólicas pode levar a comportamentos de risco, como a negligência no uso de preservativos e a exposição a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). De acordo com uma publicação do Correrio Brasiliense, o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) registrou, entre 2019 e 2023, 12.639 casos de sífilis adquirida, 4.966 em gestantes e 1.604 de sífilis congênita, incluindo casos de abortos e natimortos. Por este motivo, é preciso que algumas medidas de prevenção sejam adotadas, a fim de driblar este quadro e promover maior conscientização e cuidado para a população que deseja brincar se expondo aos riscos.

Álcool associado ao uso de medicamentos e o risco à saúde

A combinação de álcool com medicamentos pode ser altamente perigosa. Durante o carnaval, o risco de reações adversas graves cresce, especialmente quando remédios como antibióticos, antidepressivos e antialérgicos são ingeridos junto com bebidas alcoólicas. O chamado "efeito Antabuse" pode causar tonturas, enjoos, palpitações e até complicações mais sérias, como queda de pressão e desmaios. Esse efeito ocorre porque algumas substâncias presentes nos medicamentos impedem a metabolização adequada do álcool no organismo, intensificando seus efeitos negativos e levando a reações inesperadas.

Aglomeração pode provocar aumento de doenças respiratórias

O carnaval também se torna um período propício para a disseminação de doenças infecciosas. A aglomeração de pessoas em blocos de rua e festas fechadas favorece a propagação de vírus respiratórios, como a covid-19, a influenza e o vírus sincicial respiratório (VSR). Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), até 22 de fevereiro de 2025, foram registrados cerca de 13,5 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil, sendo mais de 2,2 mil relacionados à covid-19. A concentração de pessoas em locais fechados e mal ventilados, aliada ao compartilhamento de copos e utensílios, aumenta ainda mais o risco de contaminação.

Médicos e especialistas alertam sobre a necessidade de manter uma "etiqueta respiratória"

Segundo uma matéria da CNN, especialistas aconselham a utilização de uma "etiqueta respiratória" no período pós-carnaval, recomendando o uso de máscaras em locais fechados e a higiene frequente das mãos. Pessoas com sintomas gripais devem se isolar e, caso precisem sair, usar máscara. O risco de transmissão de vírus aumenta com as aglomerações da folia, e infectologistas aconselham evitar contato imediato com grupos vulneráveis. Além das infecções respiratórias, há um aumento na incidência de doenças gastrointestinais, como intoxicações alimentares e diarreias, que podem estar relacionadas ao consumo de alimentos e bebidas em condições inadequadas de higiene. A ingestão de álcool em excesso também pode comprometer o sistema imunológico, tornando o organismo mais vulnerável a infecções. Outro problema de saúde que tende a crescer após o carnaval é a desidratação, agravada pelo consumo excessivo de álcool e pela exposição prolongada ao sol. 

O papel do setor de seguros e das tecnologias na prevenção

O aumento das doenças e dos atendimentos hospitalares após o carnaval impacta diretamente o setor de seguros, elevando os custos com sinistros e aumentando a necessidade de prevenção. Algumas seguradoras já estão investindo em tecnologia para acompanhar hábitos de seus segurados, utilizando aplicativos que alertam sobre cuidados com a saúde e promovem desafios e recompensas para incentivar comportamentos seguros. Incorporar IA e outras tecnologias no seguro saúde pode reduzir esses impactos. Da mesma forma, seguradoras podem adotar estratégias como:

  • Campanhas educativas sobre o consumo responsável de álcool, prevenção de doenças e cuidados pós-carnaval, incluindo parcerias com influenciadores digitais para ampliar o alcance das mensagens.
  • Programas de incentivo à saúde, oferecendo descontos em exames, vacinas e consultas para segurados que adotam práticas saudáveis, além de programas de monitoramento do consumo de álcool para clientes interessados.
  • Aprimoramento das coberturas de seguro-saúde e seguro-viagem, garantindo atendimento rápido e eficiente para turistas e foliões, incluindo coberturas específicas para emergências médicas relacionadas ao consumo de álcool e infecções pós-evento.
  • Monitoramento epidemiológico, usando dados de sinistros para antecipar tendências e criar soluções de prevenção personalizadas. Seguradoras podem investir em inteligência artificial e análise preditiva para identificar padrões de risco e ajustar suas ofertas de produtos.
  • Cobertura para telemedicina, permitindo que segurados recebam orientação médica de forma rápida e eficiente, evitando deslocamentos desnecessários e ajudando na triagem de sintomas relacionados a doenças pós-carnaval.
  • Parcerias com aplicativos de transporte, oferecendo descontos e incentivos para que os foliões evitem dirigir após o consumo de álcool, reduzindo acidentes de trânsito e protegendo segurados e terceiros.

A folia acaba, mas a prevenção continua

O Carnaval é tempo de festa, mas os excessos podem deixar um rastro de desafios para a saúde pública e o setor de seguros. O abuso de álcool e de outras substâncias no carnaval, adicionado à alta possibilidade de transmissão de doenças infecciosas são sinais de alerta para a saúde pública e para o setor de seguros. Tendo isso em vista, é importante que as seguradoras busquem promover prevenção e educação, resguardando a segurança e o bem-estar dos foliões e reduzindo os custos com sinistros. Investir em campanhas educativas, incentivos à telemedicina e coberturas voltadas à saúde preventiva pode ser um diferencial para a conscientização sobre os riscos do consumo excessivo de álcool e a importância de hábitos saudáveis, por exemplo. O carnaval pode ser um momento de diversão, mas também exige responsabilidade para evitar consequências graves na saúde dos foliões e na economia do setor de seguros.

Postado em
11/3/2025
 na categoria
Inovação

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