ssim como nos outros segmentos, o ramo de seguros tem sido atravessado pelos impactos das transformações digitais. No Brasil, a pandemia de Covid-19 impulsionou serviços de digitalização em diversos setores, o que levou um grande volume de empresas a modernizarem seus negócios. De acordo com o View Grand Research, 85% das seguradoras têm priorizado a digitalização como estratégia e, até 2030, é esperado que o volume global de seguros alcance a quantia de US$158 bilhões. Diante desse cenário, é preciso pensar acerca do papel que o corretor de seguros possui na contribuição do crescimento em seguros, levando em conta as mudanças digitais que ocorrem no mundo.
Atenção ao risco cibernético
Junto com esse movimento de forte digitalização, os crimes digitais cresceram na pós-pandemia (provocando, inclusive, uma corrida por ciberseguros). Por conta disso, os crimes cibernéticos estão se tornando um grande foco de atenção para as companhias em 2024. Os gastos e os efeitos associados a violações cibernéticas podem ser altíssimos, resultando até mesmo na interrupção das operações empresariais, perda de clientes, danos à imagem da empresa e consequências ainda mais severas.
Necessidade de uma postura proativa dos corretores de seguros
No intuito de prevenir isso, o vice-presidente e gerente geral de uma seguradora norte-americana, Simon Hughes, compartilhou com o Insurtech Digital reflexões sobre a necessidade de uma postura proativa por parte dos corretores, a fim de auxiliar na promoção da segurança cibernética de clientes PME contra riscos. “Os corretores estão idealmente posicionados para defender a segurança cibernética proativa como um investimento estratégico. Mas sem adotar uma abordagem holística e preparada para o futuro, podem deixar os clientes totalmente abertos à evolução dos custos e das consequências de um incidente cibernético. Muitos corretores de seguros estão enfrentando o desafio e suas funções estão evoluindo. Ao compreender profundamente os riscos e vulnerabilidades individuais dos seus clientes no contexto do cenário externo e monitorar e adaptar continuamente estratégias para mitigar novas ameaças, os corretores estão na ofensiva neste ecossistema. A colaboração eficaz entre as PME e os seus corretores é vital para construir um ambiente empresarial resiliente e seguro” – disse o executivo.
Especialização e aprofundamento de conhecimento são essenciais
Para que haja uma postura proativa efetivamente, é necessário que os corretores estejam antenados às exigências de um setor em transformação. Hughes também revelou ao Insurtech Digital a importância de uma ‘Educação cibernética 360°’, na promoção da cibersegurança. “As PME devem ter uma estratégia de formação clara para garantir que os seus funcionários e clientes estejam conscientes das melhores práticas de segurança cibernética. Isto garantirá que todos os indivíduos da organização compreendam totalmente os riscos e possam identificar os sinais de ameaças potenciais” – comentou Hughes.
Iniciativas que trazem visibilidade e reforçam a importância de qualificar o trabalho do corretor
No Brasil, a Escola de Negócios e Seguros (ENS) tem auxiliado diversos corretores a melhorarem suas práticas, em benefício dos clientes, oferecendo uma série de conhecimentos especializados que poderão ser adicionados ao trabalho do corretor. No canal da ENS no YouTube, em um encontro da série com especialistas, Danilo Silva, corretor de seguros e influenciador nas mídias sociais, compartilha insights sobre a importância da profissão e a integração de práticas de inovação nas atividades de corretores. Iniciativas como essa buscam trazer visibilidade acerca de temas relevantes para desenvolver ainda mais a postura do corretor diante de uma realidade de digitalização. Visando reunir noções sobre o papel desses profissionais na indústria de seguros, a Revista Insurtalks lançou uma matéria homenageando o corretor, reforçando a importância de qualificar cada vez esse trabalho.
Práticas que podem ser incorporadas pelos corretores
Ao adquirir determinadas práticas, os corretores de seguros podem contribuir absurdamente para os seus próprios resultados e para os avanços no setor. Dito isso, o Insurance Thought Leadership reuniu 3 práticas que podem ser adotadas pelos corretores para aprimorar o trabalho do corretor. São elas:
1. Adotar a inteligência artificial: É compreensível que os corretores estejam com um “pé atrás” em relação à IA, especialmente aqueles que ainda não experimentaram todas as maneiras pelas quais ela pode ajudar até mesmo as pequenas corretoras a terem sucesso. Para melhorar a percepção, é preciso experimentar. Por exemplo, imagine um mundo no qual o corretor não precise ligar para todos os clientes na renovação porque ele tem uma ferramenta automatizada que pode prever com precisão quem tem maior probabilidade de responder a uma chamada de renovação ou quem tem maior probabilidade de comprar na renovação com base no comportamento anterior. Isso pode economizar muito tempo para a corretora, o que pode se traduzir em mais tempo de prospecção. É preciso abraçar e aprender o máximo que puder sobre o cenário da IA. Educar-se sobre a nova tecnologia será fundamental.
2. Incentivar os clientes a refletirem sobre as suas necessidades de seguros: Este é um excelente momento para analisar e rever as coberturas que atendem às necessidades dos clientes, uma vez que eles podem ter sido (compreensivelmente) sensíveis aos preços para fazer ajustes em 2023. Poderá haver novos descontos aplicáveis, por isso é sempre uma boa ideia revisar a cobertura existente com os clientes.
3. Atualizar as relações com as transportadoras: Compreender a evolução dos objetivos e do apetite das transportadoras com as quais o corretor trabalha este ano ajudará a companhia a apresentar o maior número possível de opções aos clientes. Isso também fará com que a equipe se sinta bem informada, capacitada e positiva em relação ao setor. Se as principais transportadoras oferecem um novo treinamento ou até mesmo uma reunião (virtual ou presencial) com um representante da empresa, essa pode ser uma ótima maneira de garantir que a corretora fique atualizada sobre o apetite, as ofertas e a tecnologia delas.
Priorizar inovação pode garantir o melhores resultados
A incorporação de tecnologias de ponta, como inteligência artificial e análise de dados avançada ajuda a aprimorar a eficiência operacional no trabalho dos corretores, simplificando processos e agilizando cotações.Ao adotar uma postura proativa em relação à inovação, buscando manterem-se atualizados com as tendências e inovações, os corretores conseguem otimizar seus próprios processos internos, melhorando seus resultados. Além disso, a busca por novas formas de interação e comunicação com os clientes, combinada com a ênfase na educação e consultoria, reforça o papel consultivo dos corretores, construindo relações mais sólidas e consistentes. Dessa forma, ao adotar a inovação de maneira estratégica, os corretores podem beneficiar as empresas individualmente, melhorando a eficiência e a competitividade, além de alavancar seus resultados e valorização da experiência do cliente.