punição em “Laranja Mecânica” e as consequências do reforço negativo
No clássico filme “Laranja Mecânica”, uma adaptação do livro de Anthony Burgess, dirigido por Stanley Kubrick, o protagonista Alex é submetido ao controverso “Ludovico Technique” – um método de condicionamento que utiliza punição extrema para eliminar comportamentos violentos. A obra vai muito além de sua narrativa sobre violência e distopia, revelando uma crítica aos sistemas punitivos e ao condicionamento autoritário. Desde seu lançamento, o filme foi alvo de intensas discussões por questionar a eficácia e a moralidade de se impor mudanças comportamentais por meio de punições extremas. No cerne da crítica está a técnica utilizada para “reformar” o protagonista, que é submetido a um condicionamento forçado para eliminar sua tendência à violência.
Técnicas behavioristas e suas implicações
Assim como nos estudos de Ivan Pavlov (1849-1936), que demonstraram como cães podiam ser treinados a associar estímulos neutros a respostas fisiológicas (como salivação ao ouvir um som), o filme retrata um condicionamento aversivo imposto a Alex para eliminar seus impulsos violentos. A técnica consiste em submetê-lo a sessões de exibição de imagens brutais enquanto recebe injeções que induzem náuseas extremas, criando uma associação involuntária entre violência e mal-estar. Assim, ele passa a sentir repulsa automática sempre que confrontado com atos agressivos, mesmo sem qualquer escolha consciente. Esse processo reflete a teoria behaviorista, que postula que o comportamento pode ser moldado por meio de estímulos e respostas condicionadas. Contudo, a crítica reside justamente na falha desse método. Alex não se torna genuinamente uma pessoa melhor, mas sim um indivíduo incapaz de reagir à violência, mesmo quando ele próprio está em perigo.
Reforço Positivo: aplicações no âmbito empresarial
A Teoria do Reforço, formulada por B.F. Skinner (1945), explica que os comportamentos são moldados com base nas consequências que geram. Quando uma ação é seguida por uma recompensa ou resultado positivo, a tendência é que seja repetida. Por outro lado, comportamentos que resultam em punições ou experiências negativas tendem a ser evitados. Essa teoria enfatiza que a motivação humana está diretamente ligada a estímulos externos, sendo possível direcionar ações por meio de reforços positivos ou negativos. No ambiente corporativo, essa abordagem é utilizada para estimular ações que contribuem para melhores resultados. Segundo o World of Work, o reforço positivo pode ser aplicado por meio de pequenos gestos – elogios, convites para projetos estratégicos ou prêmios – que, ao serem imediatamente associados ao comportamento desejado, motivam o colaborador a manter e aprimorar sua performance. Essa técnica pode ir além de uma simples recompensa – se mostrando um método que, quando aplicado no ambiente de trabalho, pode potencializar a confiança e a motivação dos profissionais, ajudando-os a desenvolver suas habilidades e corrigir pontos fracos de forma mais eficiente. É recomendado também que o reforço seja imediato e específico, de modo que o colaborador compreenda exatamente qual comportamento foi valorizado.
Feedback e reforço positivo pode gerar uma transformação inovadora no setor
No setor de seguros, onde a credibilidade e a confiabilidade são essenciais, um sistema de feedback – baseado em avaliações internas e nas próprias opiniões de clientes e corretores – pode gerar uma transformação positiva e inovadora. Com abordagens modernas e empáticas, é possível que as seguradoras fortaleçam seus times, reconhecendo seus pontos altos, identificando áreas de aperfeiçoamento e alinhando as expectativas dos clientes com os serviços oferecidos.
Aplicando no setor de seguros: casos e estratégias
No mercado de seguros, o uso do reforço positivo e do feedback estruturado tem se tornado uma estratégia considerável para inovação e aprimoramento dos serviços. A seguradora Justos, por exemplo, demonstra essa abordagem ao transformar sugestões e críticas de corretores e segurados em melhorias contínuas. Para a seguradora, a escuta ativa pode ajudar no reconhecimento de soluções que aprimoram a experiência de todos os envolvidos. Segundo Luciano Lima, diretor comercial da Justos, a empresa se baseia no feedback de profissionais e clientes para tomar decisões estratégicas, como na criação de funcionalidades no aplicativo e no desenvolvimento de ferramentas como o Portal do Corretor. A plataforma, projetada a partir das necessidades identificadas pelos corretores, oferece mais clareza, simplicidade e autonomia na gestão de apólices, comissionamentos e suporte. Para a Justos, o feedback vai além de um processo interno, ele é um diferencial que facilita a relação entre seguradora e clientes. Dar voz aos corretores e segurados, faz com que a empresa fortaleça sua posição, destacando-se pela transparência e comunicação assertiva.
Feedbacks construtivos funcionam como pilares
No universo dos seguros, onde a transparência e a confiabilidade são fatores decisivos, o reforço positivo e os feedbacks construtivos funcionam como pilares para um mercado mais eficiente e humanizado. Empresas que valorizam a escuta ativa e incentivam boas práticas colhem os frutos de um ambiente colaborativo, onde tanto corretores quanto segurados se sentem reconhecidos e motivados. Não é à toa que o dito popular “gentileza gera gentileza” sugere que boas ações criam um ciclo virtuoso, e o mesmo se aplica ao feedback positivo. Quando uma seguradora busca valorizar e agir com base em feedbacks construtivos, é mais fácil criar um ambiente de trabalho colaborativo e transparente, onde a melhoria contínua é incentivada e os colaboradores se sentem parte ativa do processo de inovação. Assim como no comportamento humano, onde estímulos positivos incentivam boas práticas, no setor de seguros, reconhecer e valorizar quem contribui para a evolução do mercado gera um ambiente mais dinâmico, participativo e próspero.