A

ausência de seguro faz com que se torne complicado para os indivíduos e as empresas lidarem com as consequências negativas da atividade econômica ou mitigar os efeitos de acontecimentos incontroláveis ​​e assim conseguirem se recuperar de situações infelizes ou, pelo menos, conter os encargos financeiros resultantes delas. Este ponto está se tornando cada vez mais claro à medida que o mundo enfrenta a era da incerteza. Ao transferir o risco de uma perda, o seguro desempenha um papel importante na proteção das pessoas contra as consequências decorrentes de perdas variadas. 

A penetração dos seguros no Brasil é muito baixa

Por tudo isso, o valor social do apoio que as companhias de seguros prestam aos consumidores é inegável. No entanto, a despeito da importância e dos benefícios de ter um seguro, o brasileiro – de forma generalizada – não tem a cultura de contratar seguros. No Brasil, a penetração do seguro ainda é muito baixa: apenas 30% da frota de veículos é segurada, menos de 20% das residências têm alguma cobertura securitária e não chega a 10% a proporção da população brasileira com algum plano de previdência. 

A caminhada rumo à inovação é claudicante

Ainda que o setor esteja caminhando em direção à inovação e às mudanças tecnológicas necessárias, muitas vezes, é uma caminhada claudicante e segue sem a linearidade necessária para alcançar uma parte maior e mais diversa da população. Nesse sentido, a tecnologia pode ser uma aliada de grande importância para disseminar a cultura de seguros no país e, consequentemente, aumentar a penetração desses serviços. 

Rede social X dá exemplo de como furar a bolha para disseminar informação

Há uma frase muito popular na rede social X (antigo Twitter), que diz o seguinte: “Tudo que eu sei sobre fulano, eu sei contra a minha vontade”,(sendo o fulano da frase substituído pelo nome de alguma subcelebridade pouco conhecida da grande massa da população). É uma frase cômica para expressar que determinada notícia sobre esse fulano em questão “chegou” até essa pessoa sem que ela fosse procurar, sem nenhuma associação com suas buscas na internet (funil de algoritmo) e, muitas vezes, sem ter absolutamente nada em comum com tudo que o ser virtual daquela pessoa curte, compartilha ou gosta. O fato é que esse tipo de situação ocorre quando o fato, notícia ou história furou a bolha virtual a qual pertencia. 

Esse é um excelente exemplo do que os players de seguros precisam fazer para disseminar a cultura do seguro e aumentar a penetração dos produtos: furar a “bolha”! Para isso – tal qual no exemplo mencionado – a tecnologia pode servir de veículo nessa empreitada. 

Informações por meio de plataformas online e aplicativos móveis

A interseção entre tecnologia e cultura de seguros é capaz de ampliar a penetração do setor no contexto brasileiro, já que a tecnologia oferece uma série de ferramentas que facilitam o acesso à informação e, dessa forma, pode promover uma compreensão mais abrangente e uma maior aceitação dos benefícios dos seguros na sociedade. A disseminação de informações sobre os diferentes tipos de seguros torna-se mais acessível e compreensível por meio de plataformas online e aplicativos móveis. Essas ferramentas oferecem uma janela transparente para os consumidores, elucidando termos técnicos e destacando as coberturas e benefícios essenciais.

Comunicação direta e personalizada

A comunicação personalizada e direta com os clientes é otimizada por meio de plataformas digitais e redes sociais, promovendo relacionamentos duradouros e construindo confiança no setor. Essa abordagem também contribui para uma compreensão mais profunda das necessidades individuais.

Parcerias com influenciadores e histórias de clientes 

Alguns players já adotaram iniciativas que demonstram estratégias concretas para promover a cultura de seguros no Brasil por meio da tecnologia e das redes sociais. Um exemplo foi o Itaú Unibanco, que investiu em estratégias publicitárias para promover essa mudança de perspectiva em relação aos seguros e lançou campanha para democratizar a cultura de seguros. Uma das iniciativas foi a parceria com os cantores Leo Santana e Manu Gavassi, que abriram suas redes sociais para contar histórias de situações inusitadas vividas por seus fãs, relacionando-as aos diferentes tipos de seguros oferecidos pelo banco, que poderiam contribuir para a segurança dos admiradores. Seguindo a mesma abordagem, o jornalista Chico Felitti viajou o Brasil, a pedido do Itaú, em busca de relatos curiosos de pessoas anônimas com os seus ídolos, para relacionar as narrativas às categorias de seguros ideais para cada aventura contada. As histórias resultaram em um podcast no Spotify.

Disseminar o uso e a cultura do seguro agrícola no país

Outra iniciativa com o uso de tecnologia para educação e cultura no setor de seguros foi a da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e da Faculdade CNA. Eles promoveram, no segundo semestre de 2023, um curso 100% online para capacitação em seguro rural para peritos e corretores com o objetivo de disseminar o uso e a cultura do seguro agrícola no país, com informações que facilitem a adoção prática e os procedimentos de utilização dos instrumentos de gestão de risco na produção.

Buscar meios digitais para encurtar a distância com as diversas gerações

Assim, fica evidente que as redes sociais podem desempenhar um papel significativo na disseminação da cultura de seguros na sociedade brasileira de várias maneiras. A tecnologia demonstra, mais uma vez, ter o poder de encurtar distâncias e traduzir linguagens de diferentes culturas. Para aproveitar o poder desses recursos em favor da difusão da cultura de seguros, é preciso que os players da área descubram formas de “furar” a bolha antiquada dos seguros, do “segurês”, e encontrem nas plataformas digitais os meios para encurtar a distância com as diversas gerações e atingir o público necessário para expandir a penetração das proteções que o setor tem a oferecer.

Postado em
3/7/2024
 na categoria
Inovação

Mais sobre a categoria

Inovação

VER TUDO