C

huvas intensas e seus impactos no Recife

Na última quarta-feira (05/02), a capital pernambucana foi severamente afetada por uma tempestade que, em apenas três horas, acumulou 96 mm de chuva, ultrapassando a média esperada para todo o mês de fevereiro. As precipitações causaram deslizamentos de barreiras, alagamentos e, tragicamente, a morte de pelo menos sete pessoas. Além das perdas humanas, os transtornos afetaram a mobilidade urbana, com ruas e avenidas intransitáveis, além de prejuízos a moradores que perderam seus bens devido às inundações. Diante da situação crítica, a Prefeitura do Recife decretou estado de alerta máximo, recomendando que a população evitasse deslocamentos desnecessários. A Defesa Civil do município segue monitorando as áreas mais vulneráveis e prestando assistência às famílias afetadas.

O impacto das chuvas no Brasil e consequências no setor de seguros

As chuvas em Recife não são um caso isolado. O aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos como chuvas intensas e enchentes reflete uma tendência mundial. As seguradoras enfrentam desafios cada vez maiores para mensurar riscos e calcular prêmios de apólices de forma sustentável. Com a elevação dos custos de indenizações, o setor precisa reavaliar seus modelos de precificação e desenvolver produtos mais adequados à nova realidade climática. As inundações no Rio Grande do Sul no ano passado acenderam um alerta no mercado segurador sobre a necessidade de modernização e aprimoramento das coberturas para catástrofes naturais. Portanto, é importante que as seguradoras busquem novas formas de gerenciar riscos climáticos, investindo em tecnologia para prever e mitigar impactos futuros.

“O setor de seguros é um dos mais impactados pela mudança climática”

Segundo o portal InfoMoney, com a chegada do verão no Brasil e com as altas temperaturas e as chuvas, os riscos de alagamentos, quedas de granizo e ventos fortes aumentam, gerando prejuízos significativos. O cenário em questão reforça a necessidade de ampliar a proteção contra desastres naturais, um desafio no Brasil devido à baixa penetração de seguros voltados a esse tipo de risco. De acordo com Dyogo Oliveira, o setor de seguros é um dos mais impactados pelas mudanças climáticas, pois assume riscos em diversas áreas, como infraestrutura, agronegócio e patrimônio. 

Mercado segurador tem intensificado esforços para expandir o acesso aos seguros

Considerando isso, o mercado segurador tem buscado estratégias para expandir o acesso aos seguros e reduzir a lacuna de proteção. A CNseg tem intensificado seus esforços, anunciando iniciativas como a "Casa do Seguro", um espaço dedicado ao debate sobre soluções climáticas e à integração entre o setor segurador e outras áreas da economia. O projeto será apresentado na COP30, em Belém, reforçando a importância da pauta ambiental para o setor. Entre os produtos que oferecem cobertura contra eventos climáticos estão os seguros residenciais, automotivos e rurais, que podem indenizar danos causados por enchentes, chuvas intensas e outros fenômenos naturais, conforme as condições estabelecidas em cada apólice. A ampliação do acesso a esses seguros é fundamental para minimizar os impactos financeiros das mudanças climáticas e garantir maior segurança à população e às empresas.

A resposta do setor de seguros: inovação e adaptação

Tendo em vista este cenário desafiador, a CNseg também tem trabalhado para fortalecer o setor diante desses desafios. Projetos como o “Construindo Seguros para a Transição Climática” auxiliam na identificação e gestão dos riscos climáticos, ajudando empresas e clientes a se prepararem melhor para eventos extremos. O setor de seguros como um todo pode adotar medidas para minimizar perdas e ampliar a cobertura a clientes afetados por desastres naturais. Algumas das iniciativas abrangem:

  • Uso de tecnologia para mapeamento de riscos: Ferramentas como o "Mapa de Calor de Riscos Climáticos Físicos" ajudam a prever áreas de maior vulnerabilidade a eventos extremos, permitindo a precificação mais justa e a oferta de produtos personalizados.
  • Aprimoramento das coberturas: Seguradoras passaram a incluir em suas apólices proteções específicas contra enchentes e deslizamentos, oferecendo um suporte mais robusto para clientes que residem em áreas de risco.
  • Parcerias com governos e empresas de tecnologia: A colaboração entre seguradoras, autoridades públicas e startups de tecnologia permite o desenvolvimento de soluções mais eficazes para prevenção e resposta a desastres climáticos.
  • Incentivo a medidas preventivas: Algumas companhias oferecem benefícios a clientes que adotam práticas de mitigação de riscos, como melhorias na infraestrutura de suas residências para resistir a enchentes.

Protegendo o futuro diante das tempestades

As fortes chuvas que assolaram o Recife são um lembrete contundente dos desafios que as mudanças climáticas impõem às cidades brasileiras. Com cada tempestade, cresce a urgência de um setor de seguros mais preparado e acessível, capaz de oferecer proteção eficaz contra os danos causados por desastres naturais. O aumento da demanda por coberturas específicas reflete a necessidade de resguardar bens e vidas, e à medida que o setor segurador intensifica seus esforços para ampliar o acesso e a compreensão de seus produtos, a esperança é que, no futuro, a população esteja mais bem equipada para enfrentar as adversidades climáticas. Investimentos em tecnologia, aprimoramento de coberturas e incentivos à prevenção são algumas das estratégias que podem ajudar a reduzir danos e oferecer maior segurança aos segurados. O desafio imposto pelas mudanças climáticas exige ação imediata, e o setor de seguros possui uma função importante nesse cenário, promovendo soluções que minimizem riscos e garantam um futuro mais resiliente para todos.

Postado em
11/2/2025
 na categoria
Inovação

Mais sobre a categoria

Inovação

VER TUDO