E

mpresas de todos os tamanhos e segmentos costumam enfrentar riscos cibernéticos. Ainda que tenha uma infraestrutura de TI pequena, com fluxos mais simplificados e reduzidos, o risco de um ataque cibernético colocar o futuro da empresa em perigo é alto. 

Dentro desse escopo de risco, as seguradoras são vulneráveis em relação aos seus próprios dados e aos dados dos seus segurados. Por isso, ter um plano de segurança cibernética e um seguro de responsabilidade cibernética são importantíssimos. Se o pior acontecer, o seguro cibernético ajudará o segurado a lidar com o incidente no momento e a se recuperar e permanecer operacional.

Diversos ataques cibernéticos no Brasil

Somente em 2021, ataques bem-sucedidos no Brasil envolveram sistema financeiro, varejo, indústria, saúde e tecnologia, entre outros. Os exemplos incluem vazamento de chaves Pix do Banco Central, invasão de sistemas de informação da Caixa, suspensão de vendas das marcas da Americanas SA e da AGCO. Não à toa o relatório anual do Fórum Econômico Mundial apontou que o risco cibernético compõe a lista dos dez maiores riscos globais (no curto e no médio prazo). 

Crimes cibernéticos custam mais de US$ 1 trilhão por ano para a economia mundial 

De acordo com o Allianz Risk Barometer 2023, Os riscos cibernéticos, como interrupções de TI, ataques de ransomware ou violações de dados, classificam-se como o risco mais importante globalmente (34% das respostas na pesquisa). A informação é impactante, mas não é tão surpreendente, já que a mesma pesquisa concluiu que os incidentes de crimes cibernéticos agora custam à economia mundial mais de US$1 trilhão por ano – cerca de 1% do PIB global.

130 milhões em prêmio de seguro cyber

Até setembro de 2022 foram emitidos R$130 milhões em prêmio de seguro cyber, 22,8% acima do registrado em 2021, quando o setor alcançou R$105,8 milhões, segundo levantamento baseado nos dados da Susep. Quando esses dados são comparados a 2020, o crescimento e a evolução deste nicho de mercado ficam ainda mais evidentes. De acordo com a Susep, naquele ano o segmento gerou cerca de R$43 milhões de prêmio e teve R$32 milhões em sinistros indenizados.

Novos caminhos

Diante de uma demanda tão robusta e variada, é natural que o seguro cibernético precise expandir suas ramificações para novos caminhos. Em janeiro deste ano, a seguradora especializada Beazley anunciou o lançamento de um título de catástrofe cibernética de US$45 milhões , o primeiro instrumento de títulos vinculados a seguros estabelecido no mercado de seguros cibernéticos. 

Transferência do risco para investidores

Os títulos de catástrofe permitem que as seguradoras transfiram o risco para os investidores. Esses títulos pagam às seguradoras se um evento específico e predeterminado ocorrer.

Nova fonte de potencial capital

Os títulos de catástrofes são tradicionalmente encontrados nos mercados de propriedade e acidentes, pagos a seguradoras em caso de desastre natural, como um furacão ou tornado, explica Daniel J. Struck, sócio e litigante do escritório de advocacia Culhane Meadows. “Para o setor de seguros cibernéticos, esse título representa um meio alternativo de espalhar os riscos de cobertura e uma nova fonte potencial de capital”, disse ele.

Desafios e oportunidades nos novos caminhos

Sabendo que os riscos de ataques cibernéticos tendem a crescer, as seguradoras precisam buscar novos caminhos, como fez a citada Beazley. No entanto, alguns especialistas alertam para a preocupação quanto às crescentes perdas cibernéticas dos últimos anos que levaram subscritores do setor a adotar medidas de emergência para limitar a exposição, além do aumento dos preços, o que fez com que algumas seguradoras ajustassem as apólices para que os clientes retivessem mais perdas. 

Ou seja, há demanda e há produtos cyber, o que falta é conseguir ajustá-los aos novos cenários que se transformam a todo tempo. No entanto, apesar dos percalços que costumam estar entrelaçados a todo novo caminho, são os desafios que podem delinear as oportunidades.

Postado em
24/1/2023
 na categoria
Inovação

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