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os últimos dois anos, o evento mundial mais marcante foi a pandemia de Covid-19. Obviamente, o principal motivo foi o fato de ter sido uma das crises de saúde mais graves da história mundial. Exatamente por conta da gravidade do ocorrido, os impactos decorrentes da pandemia podem ser observados na economia, mercado de trabalho, turismo, sistema de saúde e, é claro, no mercado de seguros.

A relação das pessoas com a tecnologia mudou drasticamente 

Com tantas alterações, o comportamento do consumidor também mudou. No entanto, esse movimento que acontece no pós-pandemia só acelerou o que já acontecia há algum tempo: a transformação digital. 

A pandemia também fez nascer uma nova geração de consumidores: 20 milhões de pessoas compraram online pela primeira vez, em 2020, no Brasil, segundo dados do Movimento Compre & Confie - Neotrust. Isso significa que, em meio às medidas de distanciamento social, as tecnologias ganharam um peso ainda maior na vida das pessoas, ou seja: a relação das pessoas com a tecnologia foi significativamente afetada nos últimos dois anos e também gerou impacto no mercado de seguros.

Preocupação maior com a saúde faz aumentar demanda por seguro de vida

O avanço do coronavírus também potencializou a preocupação com a saúde. De acordo com o relatório Twitter Trends Brasil, que se baseou em uma análise de 300 mil tópicos na plataforma, aponta um crescimento de 148% nas conversas sobre cuidado comunitário; 175% em igualdade de direitos à saúde; 47% em saúde integral; 20% em autocuidado; e 17% em saúde mental.  Esse aumento na preocupação com a saúde, fez com que o consumidor procurasse cuidar mais da saúde e, como via de consequência, essa procura fez  aumentar exponencialmente a procura por seguro de vida. Somente nos primeiros 4 meses de 2022, o valor total pago na contratação de seguros de vida ultrapassou 8 bilhões de reais, segundo a Susep. O crescimento foi de 17% em comparação com o mesmo período do ano passado. 

Consumidor aceitou bem a apólice digital

O relatório de tendências e perspectivas mundiais para o mercado de seguros, idealizado pela TransUnion, empresa global de informações e insights, apontou que a pandemia global acelerou a aceitação do consumidor à digitalização da apólice e esse impulso provavelmente se estenderá por mais tempo. O estudo entrevistou 2.761 consumidores nos EUA, que possuem apólices ativas de automóveis, proprietários, locatários e/ou seguros de vida. A partir dessa análise, a companhia aponta tendências que podem ajudar o setor securitário brasileiro a aprimorar sua abordagem em meio às transformações tecnológicas e do comportamento do usuário.

Segundo Rafael Quintana, Head da Vertical de Seguros da TransUnion Brasil, as descobertas do estudo destacam as atitudes de consumidores em relação às compras de seguros online, automóveis e propriedades telemáticas, conceito que envolve dispositivos que monitoram e relatam comportamentos ao dirigir ou condições de risco à propriedade. 

Tendências da Era Pós-pandêmica

O relatório apontou 3 principais tendências relacionadas ao novo público consumidor de seguros:

  • Busca maior por experiência digital

O maior grupo de respondentes da pesquisa foi composto por consumidores de seguros de vida e de linhas pessoais, patrimoniais e de automóveis. Uma das descobertas mais importantes deste grupo foi que preferem interagir e solicitar cotações por canais digitais, como e-mail e aplicativos móveis. As médias combinadas das pessoas que preferem e-mail (29%) e das que preferem o aplicativo móvel ou site de uma seguradora (23%) mostram que mais da metade (52%) prefere um canal digital.

  • A digitalização facilitará a igualdade no acesso a serviços de seguros à população

A mudança contínua para a subscrição digitalizada e acelerada é impulsionada em grande parte pelo acesso a pontuações ou scores de Seguro Baseados em Crédito (em inglês CBIS – Credit-Based Insurance Scores) e outros dados de terceiros. O relatório explica que o uso expandido de subscrição acelerada e orientada por dados muitas vezes reduziu os preços para clientes com boas pontuações de risco que, de outra forma, poderiam ter sido injustamente prejudicados por serem locatários em vez de proprietários de casas. 

No setor de seguro residencial comercial, a pontuação agregada de crédito dos inquilinos pode reduzir as taxas de seguro pagas pelos proprietários, que de outra forma poderiam ter sua apólice precificada apenas pela localização e idade de um edifício. Essa economia, por sua vez, pode permitir que os proprietários reduzam o aluguel, potencialmente criando moradias mais acessíveis para os consumidores.

  • A telemática se tornará popular entre os consumidores de seguros de automóveis

A pesquisa com consumidores também descobriu que 32% das pessoas entrevistadas disseram ter recebido uma opção de telemática (por telecomunicações ou outras tecnologias como softwares e sistemas de rede) para sua apólice de seguro de automóvel.Esses programas podem usar dispositivos conectados, telefones celulares ou aplicativos de carros de fabricantes de automóveis para monitorar e relatar o comportamento detalhado de direção, e 49% disseram que optaram pelo programa.

As taxas de seguro diminuíram para quase metade (48%) dos inscritos em um programa de telemática, mantendo-se o mesmo para 30%. No geral, quase dois terços das pessoas consumidoras (64%) estavam “muito satisfeitas” ou “extremamente satisfeitas” com a experiência em telemática e 26% eram “neutras”. Em linha com os índices de satisfação, 64% disseram que ainda estão usando o programa de telemática.

“Corretores terão um papel fundamental neste momento de transformação do mercado”

Falando sobre como como a Covid-19 modificou a forma das pessoas enxergarem o seguro e quais ações o setor deve adotar para conquistar mais clientes, o diretor de Seguros de Pessoas da Liberty, Alexandre Vicente, comentou recentemente que os corretores terão um papel fundamental neste momento de transformação do mercado, pois são eles que conhecem as dores dos consumidores e poderão instruí-los na hora de contratar uma apólice. Ele declarou: “Sempre trabalhamos para oferecer os melhores conteúdos e conhecimentos aos nossos parceiros, de forma a desenvolvê-los e ampliar seus negócios. Isso impacta diretamente na expansão do mercado de seguros brasileiro, beneficiando a população e todos os agentes do setor. O seguro de vida está começando a ser enxergado como um benefício que ajuda não apenas no momento do óbito do segurado, mas como algo que pode trazer uma série de benefícios na rotina do cliente, além de proteger seu patrimônio”.

Postado em
23/9/2022
 na categoria
Inovação

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