esmo sendo um dos segmentos mais tradicionais da economia brasileira, o setor de seguros deu um salto no processo de digitalização durante a pandemia de Covid-19 e esse movimento dá sinais de crescimento, de acordo com estudos. Isso porque o ramo segurador comprovou, na prática, que investir em tecnologia acelera as decisões e melhora os resultados, já que os dados e as informações fluem com facilidade e rapidez entre inúmeras partes interessadas. Além disso, ao conectar digitalmente todos os provedores necessários para resolver rapidamente uma reclamação, há uma melhoria radical nas experiências do consumidor.
Mas, afinal, o que são plataformas em nuvem?
As plataformas em nuvem são um tipo de ferramenta tecnológica baseada em cloud computing, termo que, em português, é traduzido como computação em nuvem. Trata-se da utilização de uma rede de servidores e computadores conectados pela internet com a finalidade de executar diversos serviços de tecnologia da informação, dentre eles: os sistemas de gestão integrada de dados, as ferramentas de Big Data, os dispositivos de aprendizado de máquina e a realização de backup. Ao contar com diferentes — e importantes — funcionalidades, esse recurso tecnológico é capaz de gerenciar uma série de tarefas, processos e operações a partir de uma única plataforma.
Quase 70% das seguradoras vão investir nas plataformas baseadas em nuvem
A recente pesquisa de Previsão de Seguros Digitais 2022 da Arizent revelou que quase 70% das seguradoras que responderam ao estudo investirão recursos novos ou incrementais em nuvem nos próximos 18 meses.
Por que um percentual tão alto de seguradoras estão dispostas a investir?
Segundo o estudo, alguns dos provedores de informações e tecnologia do setor de seguros prestam apoio às seguradoras usando a tecnologia em nuvem há anos e o valor que trouxe para as seguradoras adicionou validação e incentivo adicionais àquelas que ainda não migraram para a tecnologia em nuvem.
Benefícios
O uso da nuvem possui benefícios operacionais e técnicos, tais como:
- Capacidade de se adaptar a diferentes ambientes de trabalho,
- Facilitar a experimentação
- Acelerar a inovação
- Gerar mais eficiência nos negócios.
Do ponto de vista do cliente final, a utilização da nuvem significa experiências e resultados de serviço melhores e mais rápidos nos pontos de contato com a seguradora.
Exemplo prático:
Muitas seguradoras já estão usando a nuvem em sinistros e outras transações externas. Por exemplo, quando uma seguradora usa uma solução de provedor de informações de terceiros para gerenciar aspectos externos de reclamações, como solicitar uma estimativa de custo de reparo e fazer uma atribuição de inspeção de danos, é provável que as conexões entre transportadora, cliente, ajustador e reparador estão ocorrendo na nuvem.
O seguro é um dos principais beneficiários da adoção da nuvem
Em seu recente relatório trimestral de 2022 “Cloudy with a Chance of Billions”, a McKinsey identifica o seguro como um dos principais beneficiários da adoção da nuvem, prevendo um aumento do setor entre 43% e 70% no impacto como parte do EBITDA de 2030.
A McKinsey continua afirmando que “você pode pensar que a nuvem apenas otimiza a TI, mas 75% do valor previsto da nuvem vem do aumento da inovação”.
Desafios na adoção da computação em nuvem
Mesmo que existam muitos motivos e recompensas para que as seguradoras migrem para a nuvem, existem alguns desafios a serem transpostos, como:
- A migração de sistemas legados pode ser difícil ao mesmo tempo em que prioriza recursos limitados e as demandas conflitantes de transformação do sistema de administração de apólices, reivindicações e funções de cobrança;
- As preocupações com a segurança de dados confidenciais precisam ser abordadas e satisfeitas;
- A confiabilidade da nuvem, incluindo disponibilidade de informações 24 horas por dia, 7 dias por semana, é fundamental.
Apesar de existir desafios, muitas operadoras voltadas para o futuro já os superaram e colhem os frutos de terem adotado a computação em nuvem.
“É melhor prevenir do que remediar”
Uma expressão bastante comum de ser ouvida, sobretudo quando há uma solicitação de cuidado para alguém, é: “É melhor prevenir do que remediar”. A frase, que expressa a ideia de que é melhor evitar um risco ou um perigo do que ter que consertar os danos depois, deveria ser usada em uma bandeira que representasse o cerne da atividade seguradora e, também, deve caber como alegoria para a adoção da tecnologia de plataforma baseada em nuvem pelas seguradoras. O motivo? Quando totalmente adotada, a computação em nuvem permite que o setor de seguros de automóveis faça uma transição crítica entre reagir e agir, entre a resposta e processamento de sinistros puramente reativos para a minimização e prevenção de sinistros, ou seja, a adoção da nuvem faz com que a seguradora possa se concentrar mais em prevenir o sinistro antes de precisar remediar.