combinação entre plataformas digitais e formatos de contratação mais flexíveis tem ampliado o alcance do seguro automotivo entre públicos historicamente afastados das seguradoras tradicionais. Entre as abordagens recentes que buscam dialogar com essa realidade, o modelo por assinatura — também chamado de pré-pago — tem se mostrado uma alternativa relevante. Ao romper com a rigidez contratual dos seguros anuais, ele permite que o consumidor tenha maior controle sobre o próprio gasto, sem abrir mão da proteção.
A aposta da Split Risk em um público não alcançado pelo setor tradicional
No Brasil, onde cerca de 70% da frota circula sem seguro, há um campo amplo para experimentações capazes de reduzir as barreiras de entrada. E é justamente nessa faixa do mercado que a Split Risk concentra sua atuação. A insurtech opera no modelo insurance-as-a-service, permitindo que seus parceiros — corretores, empresas de serviços financeiros e franqueadores — ofereçam seguros automotivos personalizáveis por meio de plataformas white label, ou seja, com identidade visual própria. Ao aceitar veículos com até 30 anos de uso e estruturar ofertas voltadas à customização, a companhia amplia o alcance do setor e promove uma interlocução com segmentos pouco contemplados pelas operadoras tradicionais.
O que o modelo pré-pago entrega ao consumidor
A modalidade por assinatura, nesse contexto, contribui com uma lógica de consumo mais acessível. Em vez do pagamento único ou parcelado de um prêmio anual, o segurado pode contratar o serviço mês a mês ou de forma intermitente, conforme sua necessidade de uso. Esse tipo de proposta tende a se adequar ao orçamento de famílias com renda variável ou de motoristas que não utilizam o veículo diariamente, sem comprometer a proteção básica do bem.
Incluir quem sempre esteve fora amplia a abrangência do setor como um todo
Ao adotar o modelo por assinatura como estratégia de negócio, cria-se não apenas uma nova porta de entrada para o segurado, mas também uma alternativa capaz de ampliar a abrangência do setor como um todo. Essa lógica rompe com o formato tradicional, que por vezes impõe barreiras contratuais, exigências de perfil e custos que afastam grande parte da população da cobertura securitária. No caso da Split Risk, o direcionamento é claro: atrair para o mercado uma base que historicamente permaneceu à margem dele.
Repensar o perfil segurável é expandir os limites da cobertura
A força dessa abordagem está na maneira como ela reposiciona o que se entende por perfil segurável. O modelo pré-pago permite acomodar uma variedade de realidades que antes eram vistas como exceções ou, muitas vezes, tratadas como inviáveis do ponto de vista comercial. Motoristas com veículos antigos, trabalhadores informais, pessoas que não têm rotina fixa de deslocamento ou que simplesmente não se encaixam nos critérios das seguradoras tradicionais passam a ter acesso a uma proteção compatível com seu ritmo de vida.
A personalização permite ampliar o papel dos parceiros na distribuição
Além de favorecer a inclusão, o formato por assinatura também contribui para uma evolução operacional do setor. Ao permitir contratações mais ágeis, produtos modulares e plataformas com identidade personalizada, o seguro se aproxima da lógica de serviços sob demanda, já comum em outras áreas da economia. Isso favorece o desenvolvimento de soluções escaláveis, capazes de dialogar com parceiros regionais e de pequeno porte — como corretores independentes ou redes locais — que passam a ter em mãos ferramentas para desenhar produtos mais coerentes com seu público.
Menor vulnerabilidade individual e um ambiente de mobilidade mais protegido
Esse movimento tem implicações diretas no crescimento do mercado brasileiro. Conforme o seguro se ajusta a realidades diversas e rompe com formatos únicos, ele se transforma em um serviço de utilidade cotidiana, e não apenas como um mecanismo de proteção para poucos. O ganho não se dá apenas em volume de apólices emitidas, mas na qualidade do acesso, afinal, mais pessoas com algum grau de cobertura, ainda que básica, significa menor vulnerabilidade individual e um ambiente de mobilidade mais protegido.
Quando o seguro encontra a realidade, o mercado avança
Assim, ao aliar flexibilidade comercial, viabilidade técnica e canais de distribuição descentralizados, o modelo por assinatura se torna uma alternativa coerente com a complexidade do mercado brasileiro. Ele não substitui as modalidades tradicionais, mas contribui para alargar os contornos do setor, inserindo nele vozes, trajetórias e demandas que por muito tempo estiveram fora do radar.