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tema da segurança de dados não é necessariamente uma novidade, já que faz alguns anos desde que muitas esferas da sociedade começaram a se preocupar com informações sigilosas e/ ou sensíveis espalhadas pelo ambiente virtual sem medidas capazes de limitar a utilização desses dados. 

Nova consciência sobre segurança da informação

Com o intuito de tornar o ambiente virtual mais seguro para empresas e cidadãos comuns, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD, nº 13.709, de 14 de agosto de 2018; em vigor desde 18 de setembro de 2021) trouxe ao país novo estado de consciência sobre a segurança da informação. Essa Lei passou a disciplinar, de forma generalizada, as condutas pertinentes ao uso de dados pessoais e a responsabilizar por eventual descumprimento os agentes que atuam no tratamento desses dados. Assim, as seguradoras, sendo empresas que armazenam informações no mundo digital e que, inclusive, operam cada dia mais com negociações digitais, estão expostas a riscos em duas frentes: em relação aos dados dos clientes e os delas próprias.

Aumento de 950% nos ataques cibernéticos em 2021

Foram reportados no Brasil mais de 88,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, em 2021. Um aumento de mais de 950% com relação a 2020 (com 8,5 bilhões).

Crescimento de 46% este ano

De acordo com a Checkpoint Research, a média de ataques cibernéticos cresceu  46% no segundo trimestre de 2022 , uma diferença de 14% da média global, que é de 32%.

Maior quantidade de ataques na América Latina

A América Latina foi a região com mais ataques registrados, uma em cada 23 organizações são atacadas por semana. 

Quais os motivos do aumento?

O isolamento social causado pela pandemia favoreceu o uso mais intenso e prolongado da internet, bem como, acelerou o processo de digitalização das informações. As pessoas estavam trabalhando, socializando e consumindo entretenimento exclusivamente online e isso acabou favorecendo a prática de crimes de natureza virtual. Tal fato acabou levando as empresas a buscarem reforço na proteção de dados, juntamente com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que entrou em vigor em 2020.

Mercado segurador fez movimento de adequação

Por conta desse aumento de ataques cibernéticos, foi necessário que os players do mercado de seguros no Brasil fizessem um movimento de adequação e articulação de suas equipes para a realização de um trabalho que assegure a proteção das informações de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão, assim como todos os dados considerados sensíveis pela LGPD.

“A matéria prima do mercado de seguros são justamente os dados pessoais”

Em uma apresentação do “Café com Seguro” na Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP) em parceria com a Escola de Negócios e Seguros (ENS), cujo tema era: “LGPD e Seguros: Contagem regressiva para adaptação do mercado”, a diretora de cátedras da ANSP e coordenadora da cátedra de contrato do seguro,Marcia Cicarelli B. de Oliveira, destacou o nível de importância das informações para o mercado de seguros: “A matéria prima do mercado de seguros são justamente os dados pessoais. Mesmo sendo dados corporativos, muitas vezes contém dados e informações pessoais, enviados não apenas na subscrição, mas também na regulação de sinistros. Por isso, é importante nos adaptarmos a essa nova legislação e ,mais do que isso, temos que mudar a nossa forma de pensar o negócio e o próprio produto securitário”.

Tecnologia contra riscos cibernéticos

Diante deste cenário, a tecnologia pode ser uma verdadeira aliada na proteção de dados. As seguradoras usam várias, como, por exemplo:

  • Criptografia 
  • Softwares de gerenciamento de senhas 
  • Firewalls 
  • Sistemas operacionais seguros e sempre atualizados 
  • Antivírus 
  • VPNs 
  • Ferramentas de controles de acesso 
  • Registro de logs 
  • Sistemas de backups 

O futuro da indústria global de seguros será remodelado pelos dados

No maior evento do mundo de seguros e inovação, o InsureTech Connect (ITC), em Las Vegas, especialistas e executivos foram enfáticos em declarar a importância de se obter, padronizar e analisar informações, como forma de se preparar para enfrentar um cenário de escalada de riscos em todo o mundo.

Juan Andrade, CEO da resseguradora global Everest Re, citou o risco cibernético como um dos que mais crescem no mundo hoje. “Rumamos para ter algo em torno de US$20 bilhões [em perdas anuais com ataques cibernéticos]”, apontou. 

Necessidade de evoluir e inovar para cobrir novos riscos

Na visão do sócio sênior da consultoria McKinsey, Kia Javanmardian, em um cenário de riscos em elevação, a demanda por proteção e a necessidade de a indústria de seguros evoluir e inovar nunca foi tão necessária para cobrir novos riscos. O especialista diz que as respostas para lidar com um momento de transformações tão drásticas vêm dos dados. “A chave é como vamos usar os dados emergentes, avaliar os riscos, conseguir uma precificação correta e nos preparar para os eventos”.

Novas tecnologias geram novas soluções

Com o aumento dos riscos cibernéticos em todo o mundo, surgem também novas tecnologias que pretendem oferecer soluções de redução de riscos e reparação de danos. Como via de consequência, surgem também novas oportunidades de mercado para as seguradoras criarem novos produtos e para os corretores diversificarem sua carteira de negócios, oferecendo cobertura de danos causados por vazamento de dados pessoais e os seus prejuízos. Assim, o aumento dos ataques cibernéticos criam a demanda por novas tecnologias que gerem novas soluções. É como diz o antigo ditado de um autor desconhecido: “Onde alguns enxergam crise, outros enxergam oportunidade”.

Postado em
28/9/2022
 na categoria
Tecnologia

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