esmo que a proposta de valor dos serviços e produtos de seguros sempre tenha sido proteger os indivíduos das intempéries advindas de momentos fortuitos e adversos, nem sempre esse mercado conseguiu acompanhar as mudanças sociais que trouxeram novos riscos e, consequentemente, novas necessidades de proteção. No entanto, a inovação é uma tendência que tem ganhado força no setor de seguros.
Ecossistemas de seguros para crescer com as mudanças
Com as transformações contínuas no ritmo de vida da sociedade, os players de seguros passaram a ter uma preocupação maior em criar produtos dinâmicos que sejam projetados para atender às necessidades em constante mudança dos consumidores. Nesse sentido, Mike Jackowski, CEO da Duck Creek – empresa de tecnologia para seguros – defendeu em um artigo da Forbes americana que a adesão aos ecossistemas de seguros pode ajudar as seguradoras a crescer de acordo com as mudanças de mercado.
Soluções inovadoras para lidar com obstáculos constantes
Segundo ele, essa forma de abordagem tem o potencial de auxiliar as seguradoras a se envolverem de maneira mais efetiva em soluções inovadoras para lidar com os obstáculos em curso, criando experiências relevantes para atender de forma aprimorada os clientes e fortalecendo a evidência de que os integrantes do ecossistema estão cooperando mutuamente em prol do benefício coletivo.
Inovação é prioridade
Uma pesquisa da McKinsey aponta que a inovação agora é uma das principais prioridades dos executivos das empresas. O fato de os players de seguros estarem mais dispostos a se apoiarem no uso dos ecossistemas de tecnologia de seguros com o intuito de reconhecer demandas não supridas e explorar novas oportunidades de mercado, reafirma essa pesquisa. Um exemplo claro desse fato foi a parceria firmada entre a Klimber, o Mercado Pago e a Prudential para expandir o alcance do seguro. Graças a essa parceria, os usuários do Mercado Pago passaram a ter acesso ao Seguro para Acidentes Pessoais com cobertura em caso de fraturas, queimaduras ou emergências odontológicas e atendimento por telemedicina.
Democratizar o acesso aos seguros para clientes da classe C e D
A recente parceria da Baeta Assessoria e Oceânica Seguros teve como objetivo democratizar o acesso aos seguros para clientes de classes socioeconômicas menos favorecidas, de acordo com João Arthur Baeta Neves, diretor da Baeta Assessoria. Ele declarou: “A nossa parceira, a Oceânica Seguros, é uma operadora de seguros, uma distribuidora de seguros personalizados sob responsabilidade de uma seguradora autorizada pela Susep. O nosso objetivo é democratizar o acesso ao mercado de seguros para clientes da classe C e D, através da popularização dos preços dos seguros automotivos pelo ajuste de coberturas”.
Para agilizar as operações dos corretores parceiros e garantir um diferencial competitivo no atendimento técnico e operacional deles, a Baeta Assessoria também firmou parceria com a Segfy, uma das maiores empresas de multicálculo do mercado. A plataforma oferecida da Segfy permite que o corretor acompanhe e administre o seu negócio em tempo real, onde e quando quiser de maneira rápida e fácil. A multiplicidade de soluções contidas na ferramenta é uma das suas principais características.
Sinergias bilionárias
Para garantir o pagamento da mensalidade escolar diante de um momento de incerteza financeira, a startup Isaac e a seguradora Porto fecharam parceria para oferta de seguro educacional. O produto prevê a cobertura de mensalidades escolares em caso de demissão, afastamento do trabalho ou óbito do responsável financeiro pelo estudante. De acordo com as empresas, o seguro nasce com mais de R$2 bilhões segurados e a expectativa é dobrar o valor durante este ano, acompanhando o crescimento da startup.
Outra parceria que também forma uma sinergia com resultado bilionário é a da gigante do varejo, Magazine Luiza com a BNP Paribas Cardif na Luizaseg. A parceria foi renovada recentemente por mais dez anos demonstrando, mais uma vez, que a cooperação no ecossistema de seguros mantém o mercado aquecido e os resultados escaláveis.
Ecossistemas de seguros vão gerar trilhões
Está claro que o setor está empenhado em apresentar diferentes soluções para novos cenários que se desenham constantemente no contexto das altas demandas do consumidor de seguros. Para isso, os tomadores de decisão do setor estão observando o papel fundamental que a colaboração no ecossistema segurador desempenha. Para dar contornos mais concretos à potencialidade desses ecossistemas, é preciso evocar um estudo da McKinsey que descobriu que os ecossistemas de seguros vão gerar US$60 trilhões em receita até 2025.
Por tudo isso, o caminho para extrair valor da inovação no setor de seguros está apenas começando e é resultado da sinergia entre vários elementos, como: a tecnologia, a criatividade humana, a colaboração entre seguradoras, insurtechs e empresas de ramos diversos, por exemplo. O principal é que a colaboração estabelecida na parceria funcione em prol de oferecer produtos e serviços de seguros diversificados e acessíveis para a população brasileira e que as soluções propostas atendam aos requisitos de escalabilidade. Dessa forma, todos os envolvidos no ecossistema colhem resultados positivos e ajudam a democratizar o seguro no país.