rescimento no número de brasileiros que possuem plano de saúde

Diante da crescente preocupação com a saúde no contexto da pandemia, muitos brasileiros começaram a priorizar a adesão aos planos de saúde. O setor atingiu a marca de 51 milhões de beneficiários em janeiro de 2024, em especial em Minas Gerais (5,7 milhões), Ceará e Goiás (1,4 milhão), lugares onde foi registrado um recorde no total de beneficiários em relação aos anos anteriores. “Essa notável conquista demonstra o compromisso da saúde suplementar em atender às demandas crescentes por cuidados de qualidade e ainda há espaço significativo para crescimento, garantindo que mais pessoas tenham acesso a serviços de qualidade, fortalecendo o papel vital desempenhado pelos planos de saúde na promoção do bem-estar e na mitigação dos desafios do sistema de saúde’’, pontuou Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde. Com esse aumento do interesse pelos usuários, fica claro que é importante que as seguradoras estejam sempre preocupadas em construir e manter um caráter inovador e eficaz para garantir o devido acompanhamento com os segurados.

Modelo de seguro 'Netflix'

Dentre as iniciativas que surgiram no período pandêmico, o modelo de seguro “Netflix” ganhou destaque. O CEO da Curative, Fred Turner, fundou a empresa em 2020 com o objetivo de oferecer testes diagnósticos, especialmente testes para a COVID-19. Com a redução da pandemia, a empresa direcionou seu foco para o setor de seguro saúde, transferindo sua sede da Califórnia para o Texas e reduzindo parte de sua equipe. Turner descreve o Curative como um modelo “Netflix”, uma vez que se trata de um serviço de “assinatura” em prêmios e têm acesso a cuidados sem compartilhamento de custos. Em outubro, anunciaram o lançamento de um plano de saúde que se destacava por não possuir copagamentos ou franquias para seus membros. O CEO destacou que o feedback sobre o processo de transição tem sido positivo até o momento. “As pessoas gostam de ter a oportunidade de conhecer seu plano de saúde e sentir que seu plano de saúde realmente se preocupa com seu resultado”, disse Turner. “Normalmente, há essa relação antagônica entre um membro e seu plano. O plano é do maligno que não quer cobrir o que realmente precisa” – discorreu ele.

Solução visa revolucionar os exames de saúde dos funcionários e as inscrições nos locais de trabalho

A Comarch CDI, líder em tecnologia de saúde, está em estágio avançado de negociação com grandes seguradoras na Finlândia, Alemanha e Itália para lançar seu novo produto, o Comarch Diagnostic Point. Essa solução visa revolucionar os exames de saúde dos funcionários e as inscrições nos locais de trabalho, oferecendo verificações rápidas e fáceis da integridade física dos usuários. O Comarch Diagnostic Point é composto por sensores e software que medem os parâmetros básicos de saúde do usuário, podendo ser acessado por dispositivos móveis, o que o torna ideal também para uso em lares de idosos. Com uma interface intuitiva, o aplicativo guia os usuários durante todo o processo do exame médico. A tecnologia permite que os testes sejam realizados independentemente em seu modo básico, com a opção de modos avançados com a assistência de uma enfermeira. Os dados coletados são enviados para a plataforma Comarch e-Care 2.0 para análise, e os resultados são devolvidos ao usuário através do aplicativo. Medidas como essas, podem elevar ainda mais a oferta de serviços de saúde para os segurados, promovendo a inovação necessária para alavancar a indústria.

“Como construir uma base em IA para acelerar a transformação da saúde”

O portal EY aponta que os executivos da saúde devem ser estratégicos sobre o que fazer agora e que bases estabelecer para o futuro, para criar valor através da IA.

A Inteligência Artificial pode oferecer inúmeras oportunidades para fornecer insights valiosos que podem aprimorar a saúde. Um exemplo disso é a GenAI, uma forma de IA que utiliza a capacidade de lidar com dados não estruturados para gerar novos conteúdos. “Se a GenAI pudesse ser aplicada de forma a sinalizar às equipas de cuidados de saúde o que os pacientes precisam e quando, as organizações de saúde poderiam evitar que as condições de saúde escalassem para níveis de crise e avançar em direção a uma melhor qualidade de cuidados” – refletiu o portal. 

Possibilidades práticas de utilização da IA em diagnósticos

O Dr. C. Matthew Stewart, Diretor Médico Associado do Hospital Johns Hopkins e do Instituto Armstrong para Segurança e Qualidade do Paciente, levanta a questão de por que todos os pacientes diagnosticados com diabetes não são continuamente monitorados para garantir a aplicação adequada das recomendações de tratamento. Ele argumenta que essa intervenção poderia ter um impacto profundo na saúde da população. Com o uso de wearables que coletam dados biométricos em tempo real, alguns sistemas de saúde estão aproveitando a IA para monitorar tendências significativas no estado dos pacientes e agir precocemente. O Dr. James Mault, CEO da BioIntelliSense, destaca que, embora o pessoal clínico possa realizar verificações periódicas, a IA permite uma monitorização mais eficaz, detectando tendências ao invés de apenas valores pontuais. Isso possibilita a intervenção antes de eventos adversos ocorrerem, transformando a abordagem de tratamento.

Dispositivos vestíveis podem auxiliar hábitos saudáveis

Através da evolução tecnológica, o surgimento de dispositivos pode trazer benefícios para seguradoras e segurados. Com o uso de anéis inteligentes, empresas podem oferecer aos usuários feedback direto e personalizado sobre seu estado de saúde e progresso em direção a metas de bem-estar. Essa função é essencial para promover hábitos saudáveis e, quando os dados sugerem potenciais problemas de saúde iminentes, os dispositivos podem notificar os segurados para buscar assistência médica precoce, prevenindo assim complicações mais graves. Portanto, a introdução de novos dispositivos vestíveis no mercado de seguros de saúde representa um avanço tecnológico que promete vantagens para seguradoras e segurados.

É necessário atenção com os pacientes 

O EY Global Voices in Health Care Study 2023 realizou mais de 100 entrevistas aprofundadas em 11 países com executivos e médicos do sistema de saúde e registrou que 27% dos entrevistados relataram preocupações com a segurança do paciente. Tendo isso em vista, “as organizações de saúde podem aproveitar a transformação digital para eliminar os obstáculos da época dos médicos” – pontuou o EY. Em entrevistas com profissionais da EY, os médicos afirmam ver valor em algumas ferramentas digitais que foram introduzidas, especialmente em software de ditado de voz e ferramentas que lhes permitem visualizar imagens, scans ou registros médicos remotamente. Segundo o portal, esse cenário é benéfico tanto aos profissionais de saúde, uma vez que a digitalização facilita o manuseio de processos simplificados como os pacientes que teriam sua experiência mais otimizada e resultados mais rápidos.

As inovações tecnológicas contribuem ativamente para o futuro do seguro saúde

Ao passo que seguradoras e beneficiários experimentam dos recursos e inovações que estão disponíveis no setor de saúde, é inegável a revolução que essas tecnologias podem promover: elas vão desde a integração de tecnologias de IA e wearables até o desenvolvimento de soluções com análise de dados em tempo real. Além disso, a tecnologia pode melhorar a qualidade dos cuidados, contribuindo para a prevenção de doenças, intervenções precoces e monitoramento por meio de dispositivos. Essas inovações têm, então, aumentado a eficiência operacional das seguradoras, além de capacitar os segurados a tomar decisões mais informadas sobre sua saúde e bem-estar. Com o potencial de prevenir condições de saúde adversas, promover intervenções precoces e proporcionar uma experiência mais personalizada, as inovações tecnológicas têm contribuído ativamente para o futuro do seguro saúde, oferecendo benefícios efetivos para todos os que estão envolvidos.