esde o surgimento de tecnologias como o ChatGPT em 2022, tem-se observado uma corrida acelerada pela liderança em IA, suscitando questionamentos sobre o futuro do trabalho humano. Com a Goldman Sachs apontando que cerca de 300 milhões de empregos sofrerão impactos de automação, a tensão entre a possibilidade de obsolescência de certas funções e o potencial de aprimoramento e coexistência com a IA permeia o mercado. Especialistas apontam que, embora certas tarefas possam ser automatizadas, a contribuição única do raciocínio humano e da criatividade permanece insubstituível, demonstrando um cenário de complementaridade em vez de substituição.
As demissões e a reconfiguração do mercado de trabalho
Alguns especialistas e estudiosos do mercado já apontaram, em ocasiões diversas, o potencial que a IA tem de substituir empregos nos próximos anos. Nem mesmo o setor de tecnologia está a salvo, já que houveram demissões ao longo do ano passado. Algumas empresas de tecnologia citaram a IA como motivo para demitir funcionários e repensar novas contratações. No entanto, a tecnologia tem um histórico de reconfiguração das dinâmicas de emprego, e a IA não é exceção. Empresas de tecnologia, especialmente no Vale do Silício, já começam a realocar recursos, valorizando profissionais com competências em IA. Apesar do temor de um futuro de demissões em massa, a realidade aponta para uma transformação dos perfis de emprego, com a criação de novas funções e a necessidade de adaptação e requalificação dos trabalhadores.
A IA proporciona vantagens estratégicas para os corretores que souberem integrá-la aos seus negócios
A adoção da IA generativa por empresas como o Billyard Insurance Group exemplifica como essa tecnologia pode trabalhar a favor dos corretores de seguros. Através da automação de processos e da otimização de operações, os corretores podem oferecer uma experiência mais ágil e personalizada aos clientes, ao mesmo tempo em que minimizam riscos e melhoram a eficiência. A IA, portanto, apresenta-se como uma ferramenta estratégica para os corretores, proporcionando vantagens competitivas significativas para aqueles que souberem integrá-la aos seus negócios.
A IA é mais relevante do que nunca para o setor de seguros
Em entrevista ao ITC Europe, Tais O'Dwyer, vice-presidente e chefe da indústria global de serviços financeiros da UiPath, disse o porquê de ela achar que a IA é agora mais relevante do que nunca para o setor de seguros: “A indústria está à beira de mudanças dramáticas nos negócios e nas operações. A IA tem o potencial de reinventar a empresa para tomar decisões mais inteligentes e rápidas, processar volumes exponenciais de dados, aprimorar as habilidades da empresa para se concentrar em trabalhos de alto nível e criar experiências e produtos personalizados e rápidos que encantem os clientes (...). Os executivos precisam equilibrar impacto e valor para clientes, acionistas e funcionários e garantir que se concentrem nos pilares mais importantes para garantir a criação de valor a curto e longo prazo.”
É preciso adaptar-se e valorizar as competências intrinsecamente humanas
Desde o surgimento do ChatGPT em 2022, a corrida das grandes corporações tecnológicas pelo avanço em inteligência artificial marcou um novo capítulo na inovação, abrindo portas para reflexões profundas sobre o futuro do trabalho. Esta disputa simboliza a busca incessante por progresso tecnológico e destaca uma questão enfrentada pelos profissionais em diversos setores: como a automação e a IA transformarão o conceito tradicional de trabalho? A resposta a essa pergunta reside na capacidade de adaptar-se e na valorização das competências intrinsecamente humanas, como a criatividade, a empatia e a capacidade de resolver problemas complexos, que permanecem insubstituíveis pela tecnologia.
“Não paramos de lavar a louça só porque a lava-louças foi inventada, nós simplesmente conseguimos fazer isso mais rápido, mais fácil e com menos esforço”
Portanto, em vez de os corretores visualizarem a IA como uma ameaça à existência do trabalho deles (ou até ao equilíbrio dele), é preciso encará-la como uma ferramenta que pode ampliar suas habilidades e abrir novas possibilidades para inovação e crescimento profissional. A verdadeira questão não é se o trabalho humano será afetado, mas como é possível evoluir juntamente com essas tecnologias para criar um futuro de trabalho que valorize tanto a eficiência tecnológica quanto a essência humana. A substituição de uma coisa pela outra é improvável. Nas palavras do educador Shannan Monson: “Não paramos de lavar a louça só porque a lava-louças foi inventada, nós simplesmente conseguimos fazer isso mais rápido, mais fácil e com menos esforço”.