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mundo está em constante mudança, e até mesmo os cronômetros mais avançados parecem estar tontos com a velocidade das transformações. No contexto tecnológico, essa mudança é ainda mais acentuada, especialmente em tempos de Inteligência Artificial Generativa.  

Mas, afinal, o que significa ser inovador? Para mim, inovação é a combinação de inspiração, conhecimento e ação para transformar conceitos e hipóteses em realidade. Trata-se de promover mudanças em processos, produtos, serviços e modelos de negócio, agregando valor tanto para as organizações quanto para a sociedade.

Acredito que a fonte da inovação está dentro de cada um de nós, motivada pelo inconformismo natural dos intraempreendedores em busca de respostas e do desejo de executar com excelência. Disciplina e experimentação são essenciais nesse processo, e, ao contrário do que se possa pensar, não são conceitos excludentes – aprendemos muito com os povos orientais nesse sentido.

Outro ponto crucial é que a inovação deve ser aberta para ser efetiva. O livro “Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology,” de Henry Chesbrough (2003), é uma obra seminal sobre o conceito de inovação aberta. O autor defendeu, de forma transformadora à época, que as organizações devem buscar fontes externas de inovação. Daí surge o conceito de ecossistema de inovação, que engloba startups, universidades, centros de pesquisa, incubadoras, hubs e parceiros de negócios. Essa abordagem facilita o acesso a novas tecnologias, reduz riscos e acelera o desenvolvimento de produtos e serviços.

Nesse sentido, a colaboração é a chave para soluções inovadoras. No âmbito das equipes, modelos ágeis promovem a disseminação da colaboração. Quando várias mentes multidisciplinares se unem em torno de um propósito comum, sob a influência de uma metodologia consistente, a sinergia pode contribuir significativamente para a inovação e a transformação. O design thinking, com sua abordagem centrada no ser humano, também é fundamental para compreender profundamente as necessidades dos usuários e gerar ideias inovadoras.

Além disso, as organizações podem colaborar de diferentes formas, desde joint ventures, passando por pesquisas compartilhadas, até alianças estratégicas. Se a experiência do cliente é o novo produto, é essencial colocá-lo no centro do processo de inovação e considerar no seu aprendizado as demais influências externas que ele vivência.  

Por outro lado, comunicação, estrutura e cultura organizacional devem ser vistas como importantes aliadas. Superar desafios requer uma abordagem estratégica. Cultivar uma cultura de inovação e promover comunicação aberta são passos essenciais. Ferramentas que facilitem a colaboração e a medição do impacto da inovação também são fundamentais. Líderes desempenham um papel crucial, construindo as bases do ambiente de confiança, removendo restrições e incentivando a diversidade de ideias.

Em mais de 25 anos trabalhando nessa área, entendo a inovação como um desafio complexo, mas essencial, no qual (spoiler) o esforço vale a pena. Afinal, a inovação é o motor que viabiliza o futuro do mundo e da sociedade.

*José Loureiro, Diretor de Inovação, Digital e Dados no Grupo Bradesco Seguros

Postado em
23/8/2024
 na categoria
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