ansiedade e a depressão estão entre os transtornos mentais mais prevalentes no mundo, tendo se tornado um dos grandes desafios de saúde pública da atualidade. Segundo dados divulgados pelo portal do Senado Federal, aproximadamente 13% da população global convive com algum tipo de transtorno mental, o que equivale a uma em cada oito pessoas. Desses casos, cerca de 60% são atribuídos à ansiedade e à depressão, ressaltando a magnitude do problema. A relevância desses distúrbios transcende os limites do sofrimento individual, afetando famílias, comunidades e até mesmo setores econômicos, como o de seguros, que tem se deparado com as implicações do adoecimento mental na elaboração de seus produtos e serviços.
Estudos apontam diferenças na incidência dos transtornos de acordo com a faixa etária
O Relatório Mundial de Saúde Mental da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que a incidência desses transtornos varia conforme a faixa etária. A ansiedade tende a se manifestar com maior frequência entre os jovens, fato que pode refletir os desafios relacionados a um cotidiano marcado por instabilidade, pressões sociais e desafios relacionados à construção de identidade e carreira. Já a depressão tende a ser mais comum entre indivíduos mais velhos – fato este que faz pensar na associação desse quadro ao isolamento social, perda de vínculos afetivos ou limitações decorrentes do envelhecimento. Essa diferença etária na manifestação dos transtornos reforça a necessidade de abordagens diversificadas para prevenção e tratamento, contemplando as especificidades de cada fase da vida.
Algumas consequências do adoecimento mental
As consequências do adoecimento mental vão além do campo emocional, trazendo impactos tangíveis para a economia e o desenvolvimento social. Aumento nas despesas com saúde, afastamentos do trabalho e queda na produtividade são algumas das implicações que se refletem diretamente no cotidiano de indivíduos e empresas. Em situações mais graves, o suicídio, considerado uma expressão extrema dessas condições, responde por mais de uma em cada 100 mortes em escala global, de acordo com estatísticas recentes. Esses dados reforçam a importância de iniciativas voltadas para prevenção, ampliação do acesso a serviços psicológicos e psiquiátricos e a criação de mecanismos que promovam o bem-estar da população.
Condições de saúde mental influenciaram avanços no setor de seguros
Essas condições vêm influenciando a abordagem das seguradoras em diversos âmbitos, tendo a tecnologia e a inovação como fortes aliadas quando se trata de lidar com transtornos mentais como ansiedade e depressão. Muitos avanços não se limitam à redução de custos ou à automatização de processos, eles se estendem à criação de soluções que promovem prevenção, tratamento e suporte contínuo aos segurados. Um exemplo disso são os aplicativos de saúde mental e monitoramento. Eles são uma inovação importante que é oferecida, muitas vezes, como parte dos pacotes de seguro. Muitos desses apps incluem funcionalidades como diários de humor, sessões de meditação guiada, chat com terapeutas e recursos de autocuidado. Além de democratizar o acesso a informações e técnicas terapêuticas, eles possibilitam que os segurados monitorem sua saúde mental ao longo do tempo. Os dados coletados podem ser utilizados para oferecer intervenções personalizadas, alertando o segurado e sugerindo ações preventivas antes que o quadro se agrave.
Wearables e dados em tempo real
Outra inovação relevante são os dispositivos vestíveis (wearables), que inicialmente focavam no monitoramento da saúde física, mas passaram a ser adaptados para acompanhar indícios de desgaste emocional. Através do monitoramento do sono, da frequência cardíaca e dos níveis de atividade, esses dispositivos oferecem dados que, com a devida autorização, podem ser utilizados pelas seguradoras para identificar padrões de estresse e ansiedade. Essa abordagem permite intervenções precoces e incentiva a participação dos segurados em programas de bem-estar integrados.
Modelos de seguro baseados em comportamento e educação para redução do estigma
Outro modelo que vem ganhando força é o de seguros baseados em comportamento, que oferece recompensas e descontos em apólices para segurados que adotam práticas saudáveis, como atividades físicas, terapia ou meditação. Além de estimular hábitos preventivos, esse formato contribui para a redução da incidência de transtornos mentais a longo prazo.
Paralelamente, campanhas de educação e conscientização, realizadas por meio de plataformas digitais das próprias seguradoras, ajudam a combater o estigma relacionado à saúde mental, promovendo um ambiente mais acolhedor e receptivo ao tema.
Realidade virtual e realidade aumentada
Inovações como a realidade virtual e aumentada também são excelentes ferramentas no tratamento de fobias, estresse e ansiedade. Algumas seguradoras já testam essas tecnologias, proporcionando experiências imersivas de relaxamento ou simulações controladas para ajudar os segurados a enfrentarem situações desafiadoras.
Ramo segurador reconhece a importância da saúde mental e investe em tecnologias para promovê-la
A saúde mental é um direito essencial e, assim como a saúde física, desempenha um papel determinante no bem-estar individual e no progresso coletivo. O equilíbrio emocional é fundamental para enfrentar desafios diários, administrar emoções, manter relações saudáveis e contribuir ativamente para a sociedade. Ao reconhecer essa importância, o ramo segurador tem investido em tecnologias e inovações que tratam, previnem e oferecem suporte constante. Essa interseção entre tecnologia, saúde mental e seguros é um passo relevante para construir um modelo de atenção mais humanizado e proativo, beneficiando indivíduos, empresas e a sociedade como um todo.