estantes precisam de assistência por direito
O cuidado com a saúde materna é essencial para o bem-estar das mulheres, famílias e comunidades. Durante a gravidez, planejada ou não, é fundamental que as gestantes tenham acesso garantido a assistência de qualidade antes, durante e após o parto, reforçado por políticas públicas de saúde que protegem seus direitos. Apesar dos avanços, muitos desafios permanecem. O setor de seguros pode contribuir para melhorar essa realidade, ampliando o acesso a cuidados preventivos e especializados.
Taxa de mortalidade materna é alta
A Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) apontou que embora a mortalidade materna global tenha diminuído, especialmente em regiões como Ásia, Norte da África e alguns países subsaarianos, os números ainda são alarmantes. Diariamente, cerca de 830 mulheres morrem devido a complicações relacionadas à gravidez ou parto, sendo 99% dessas mortes concentradas em países em desenvolvimento, especialmente em áreas rurais e comunidades de baixa renda. Adolescentes estão entre os grupos mais vulneráveis. Apesar de avanços, como a redução global de 44% na mortalidade materna entre 1990 e 2015, desafios como acesso inadequado a serviços pré-natais e desigualdades socioeconômicas persistem. Como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a meta é reduzir a mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030. Melhorar os cuidados antes, durante e após o parto é fundamental para salvar vidas e alcançar essa meta.
ANS destaca necessidade de atenção à saúde materna em painel
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) atualizou o Painel de Indicadores da Atenção à Saúde Materna e Neonatal com dados de 2022. A ferramenta reúne informações detalhadas sobre a qualidade do atendimento prestado por operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços, baseando-se em dados do SINASC e da Anvisa. O painel, atualizado anualmente, inclui 10 indicadores para prestadores de serviços, como percentuais de partos vaginais e cesáreos, índices de baixo peso ao nascer e segurança do paciente. Para operadoras de saúde, há cinco indicadores, como a taxa de consultas pré-natais e a presença de acompanhante durante o parto. Criado em 2019 como parte do Movimento Parto Adequado, o painel promove transparência e acesso a informações que ajudam a monitorar e melhorar a atenção à saúde materna e neonatal no setor suplementar.
Medidas de mudança e o setor de seguros
A MSD for Mothers, uma iniciativa global lançada para atender necessidades maternas com investimento de US$650 milhões, busca reduzir o quadro atual de mortalidade. Anunciada em 2011 durante a Assembleia Geral da ONU, a iniciativa está alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3.1, que visa reduzir a taxa global de mortalidade materna para menos de 70 por 100 mil nascimentos até 2030, salvando cerca de 1,4 milhão de vidas. O programa adota uma abordagem holística e colaborativa, promovendo cuidados, inovações em saúde materna e soluções adaptadas às necessidades locais. Trabalha com governos, ONGs, instituições de pesquisa, agências da ONU e empresas, além de investir em tecnologias digitais, produtos financeiros e políticas públicas. Assim como o programa, algumas seguradoras têm adotado uma abordagem holística em seus serviços para atender melhor os segurados. Nos cuidados referentes à saúde, o setor de seguros atua desenvolvendo produtos que vão desde consultas pré-natais até procedimentos complexos, além de oferecer suporte educativo e preventivo para gestantes. A tecnologia também está otimizando alguns processos, com plataformas digitais que monitoram a saúde das grávidas e sistemas de telemedicina que ampliam o acesso a serviços em regiões remotas, garantindo maior eficiência e qualidade no atendimento.
Benefícios para gestantes e seguradoras
Em uma matéria do portal ITC Europe, uma empresa focada em saúde feminina desenvolveu o Pregnancy+, um aplicativo líder mundial que orienta gestantes semana a semana, oferecendo conteúdo personalizado e suporte preventivo. Colabora com seguradoras para criar experiências personalizadas que incluem recursos educativos, modelos de reembolso e descontos, como em bombas de leite. Além disso, Raymon uit de Bulten e Emily Napier, líderes da empresa, destacam que investir na saúde feminina aumenta a fidelização de clientes, com benefícios na gravidez elevando em 70% a probabilidade de retenção no próximo ano. As mulheres, responsáveis por 80% dos gastos com saúde e 90% das decisões de cuidado, são um público-chave para as seguradoras. Segundo os líderes, parcerias como a com o Groupe Mutuel e instituições públicas como o NHS ampliam o alcance das soluções, promovendo melhorias na saúde de mulheres e redução de custos para as seguradoras. A empresa visa, portanto, melhorar vidas globalmente, alcançando comunidades carentes e promovendo saúde preventiva.
Iniciativas globais e o futuro da saúde materna
Iniciativas globais, como a MSD for Mothers, e esforços nacionais, como os da ANS no Brasil, demonstram a importância da colaboração multissetorial para melhorar a saúde materna. Essas ações vão além de números, transformando vidas e promovendo suporte adaptado a contextos locais. Por este motivo, a inovação no setor de seguros é fundamental para conectar tecnologia e acesso universal, com foco na prevenção e inclusão. Portanto, a evolução da saúde materna exige uma abordagem colaborativa e integrada. O setor tem a oportunidade de ser um agente de mudanças, promovendo um sistema mais humano e eficiente, com impacto duradouro para mães, crianças e suas comunidades. É preciso ressaltar também que o comprometimento com a saúde materna também contribui para a redução das desigualdades sociais e para a construção de um sistema de saúde mais eficiente e humano. Seja através de inovações tecnológicas, ampliação de coberturas ou parcerias estratégicas, as seguradoras têm a oportunidade de impulsionar essa transformação.