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adoção da inteligência artificial (IA) em diversas indústrias trouxe inovações revolucionárias e facilitou bastante a vida dos clientes de seguros. No entanto, a evolução da IA também está expondo empresas e indivíduos a novos riscos. Em novembro de 2023, pais de alunos do Colégio Marista São Luís, em Recife, registraram queixa na delegacia após suas filhas serem vítimas de imagens falsas criadas por colegas por meio de IA. Segundo a polícia, foram 18 vítimas. Ainda no mês de novembro do ano passado, alunos do colégio Santo Agostinho, no Rio de Janeiro, criaram e compartilharam falsos nudes de adolescentes com a ajuda de inteligência artificial. Na ocasião, quase trinta meninas tiveram fotos alteradas em sites e aplicativos.

Incidentes são recorrentes e ocorrem em um nível global

Em março deste ano, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, começou a investigar a produção e o compartilhamento de vídeos falsos de nudez de alunas adolescentes feitos por inteligência artificial em Porto Alegre. Seis menores de idade foram identificados como supostos autores do conteúdo. Incidentes como esses estão acontecendo com bastante recorrência e em um nível global, dadas as notícias de incidentes dessa natureza em todo o mundo.

Situações revelam necessidade de seguradoras incluírem proteções específicas contra crimes cibernéticos em suas apólices

As implicações dos incidentes mencionados vão além do mero abuso digital; eles têm repercussões legais e éticas profundas. Todos os casos envolveram a criação de conteúdo digital falso que prejudicou gravemente o psicológico dos envolvidos e, talvez, até a reputação. Essas situações servem como um alerta para as seguradoras sobre a necessidade de incluir proteções específicas contra crimes cibernéticos em suas apólices. Políticas de seguro que abordem especificamente os abusos de IA são essenciais para proteger indivíduos e empresas contra as implicações legais e éticas dessas tecnologias.

É necessário adotar e promover regulamentações claras sobre o uso da IA

Além de oferecer produtos de seguro adequados, as companhias precisam adotar e promover regulamentações claras sobre o uso da IA. A colaboração com legisladores para estabelecer diretrizes que governem a aplicação ética da IA pode ajudar a minimizar riscos e garantir que a tecnologia seja empregada de maneira responsável.

A China regras para o uso de deepfakes

A ameaça desse tipo de tecnologia é tão perigosa que a China criou uma legislação para controlar os deepfakes por considerar um “Perigo para segurança nacional e para a estabilidade social”. De acordo com as novas regras do país, as empresas que oferecem serviços de deepfake são obrigadas a solicitar a identidade real de seus usuários e as tornem obrigatórias quando forem vídeos manipulados, para evitar problemas futuros.

A Inteligência Artificial está exigindo um novo nível de vigilância e adaptação por parte das seguradoras

Enquanto a inteligência artificial oferece oportunidades sem precedentes para eficiência e inovação, ela também exige um novo nível de vigilância e adaptação por parte das seguradoras. A implementação de práticas éticas rigorosas e a colaboração para regulamentações robustas são essenciais para garantir que a evolução da IA continue contribuindo de forma positiva para o setor. 

A IA vai continuar sendo disruptiva para o setor

A boa notícia é que a IA certamente continuará a ser uma força disruptiva no setor de seguros devido à sua capacidade de oferecer ferramentas que podem melhorar a produtividade e eficiência. No entanto, é importante ressaltar que as empresas que conseguirem antecipar e mitigar os riscos associados estarão melhor posicionadas para utilizar essa tecnologia a seu favor. Isso exigirá vigilância e adaptação contínua às novas tecnologias e um compromisso com a implementação de práticas éticas que assegurem a proteção e a confiança dos clientes. Assim, as seguradoras, ao lado de reguladores, legisladores e desenvolvedores de tecnologia, têm um papel fundamental na modelagem de um futuro onde a tecnologia serve ao bem comum, protegendo contra os perigos que acompanham seu desenvolvimento.

Postado em
15/4/2024
 na categoria
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