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udanças climáticas provocaram o furacão

O furacão Milton atravessou a Flórida, provocando destruição massiva e reacendendo o debate sobre as mudanças climáticas e seus efeitos no setor de seguros. De acordo com a matéria do G1, pesquisadores de universidades nos EUA, Europa e Ásia indicam que a crise climática global intensificou os ventos de Milton em 10% e aumentou o volume de chuvas em 20%. O fenômeno, que atingiu a Flórida em 9 de outubro, foi classificado como de categoria 5, a mais alta na escala de furacões, com ventos superiores a 250 km/h. Cientistas do Imperial College, em Londres, afirmam que os danos causados pelo furacão podem ser o dobro do que teriam sido há 40 anos, quando a temperatura média global era mais baixa. Segundo dados oficiais, pelo menos 17 pessoas morreram e mais de 6 milhões foram forçadas a abandonar suas casas.

O Furacão Milton e seus impactos no setor de seguros

Estima-se que as perdas no setor de seguros possam chegar a US$ 60 bilhões, e as seguradoras estão enfrentando não só o desafio financeiro imediato, mas a necessidade de se preparar para um futuro onde eventos climáticos extremos são cada vez mais frequentes. O furacão Milton, um dos mais intensos dos últimos anos, causou grandes danos na Flórida, afetando propriedades, infraestruturas e vidas. A tempestade gerou inundações e ventos devastadores, forçando a evacuação de milhares de pessoas. Segundo o portal InfoMoney, analistas projetam perdas além dos 60 bilhões de dólares para o setor de seguros, podendo atingir a US$100 bilhões, comparáveis às do furacão Katrina em 2005, que gerou a maior perda segurada de um furacão. O aumento das perdas por desastres naturais, intensificadas pelas mudanças climáticas, tem levado as seguradoras e resseguradoras a ajustar preços e reduzir a cobertura para áreas de maior risco, buscando melhorar sua resiliência financeira. 

A relação da tempestade em São Paulo com o Furacão Milton

A tempestade que atingiu São Paulo na sexta-feira (11) tem mais em comum com o furacão Milton, que devastou o sul dos Estados Unidos no dia 9, do que apenas o rastro de destruição e morte. Ambas as tragédias, responsáveis por sete mortes no Brasil e 17 nos EUA, foram intensificadas pelas mudanças climáticas, que têm levado a recordes de temperatura ao longo deste ano. Conforme divulgado pelo portal r7, de acordo com o World Weather Attribution, organização internacional de cientistas, eventos como ondas de calor no hemisfério norte se tornaram 35 vezes mais frequentes desde o início dos anos 2000. O meteorologista Guilherme Borges, do Climatempo, reforça que o clima está cada vez mais instável e que essa realidade é algo com o qual teremos que lidar. 

O papel das seguradoras em um cenário de mudanças climáticas

Com o aumento da frequência e severidade de eventos como o furacão Milton, o setor precisa se adaptar rapidamente. As mudanças climáticas estão forçando as empresas de seguro a repensarem suas estratégias de avaliação de risco e precificação de apólices, além de pressionarem o mercado a se modernizar por meio da adoção de novas tecnologias. O uso de tecnologia para mitigar os impactos futuros de desastres naturais tem sido amplamente discutido. Ferramentas baseadas em inteligência artificial, sensores avançados e análise preditiva podem ajudar as seguradoras a avaliar melhor os riscos, prever cenários de perda e desenvolver soluções personalizadas para regiões vulneráveis. A introdução de plataformas digitais também facilita o processo de reivindicações, permitindo uma resposta mais ágil em tempos de crise, como foi visto após a passagem de Milton.

A importância da tecnologia para enfrentar desastres naturais

A tecnologia pode contribuir para o futuro do setor de seguros em um mundo afetado pelas mudanças climáticas. Um dos grandes avanços recentes envolve o uso de imagens de satélite e drones para avaliar danos e a implementação de modelos preditivos, que utilizam dados meteorológicos em tempo real para simular o impacto de desastres antes que eles ocorram. Essas ferramentas são cruciais para agilizar os processos de indenização e reduzir o tempo de resposta em situações de emergência. Além disso, o Property Casualty 360 alerta para o investimento em resiliência, como a construção de infraestruturas mais robustas e o desenvolvimento de produtos de seguros específicos para desastres naturais, como as apólices paramétricas, que estão ganhando força. Essas apólices são ativadas automaticamente quando certos parâmetros, como a velocidade do vento ou o nível de precipitação, são atingidos, proporcionando indenizações rápidas e menos burocráticas.

As lições de Milton para o futuro do seguro

O furacão Milton é mais um lembrete dos desafios que o setor de seguros enfrenta em um mundo em transformação climática. Eventos como esse evidenciam a necessidade de maior flexibilidade, inovação e adaptação por parte das seguradoras para se protegerem e, ao mesmo tempo, oferecer segurança aos seus clientes. O furacão Milton lançou luz sobre a necessidade de o setor de seguros se reinventar para lidar com um futuro onde eventos climáticos serão cada vez mais frequentes. O impacto financeiro de Milton pode ser devastador para as seguradoras, mas também apresenta uma oportunidade para o setor adotar soluções tecnológicas que tornem o processo mais ágil, preciso e eficiente. Para prosperar em um mundo em transformação, as seguradoras precisam estar atentas e prontas para enfrentar os desafios das mudanças climáticas de maneira proativa e com o uso de tecnologias a seu favor.

Postado em
15/10/2024
 na categoria
Inovação

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