nteligência artificial complementa a inteligência humana?
O potencial transformador da IA nas Seguradoras têm revolucionado diversos aspectos da vida humana. Seja operando os poderosos algoritmos por trás das redes sociais, seja nivelando e segmentando o tipo de proteção que deve ser oferecida aos clientes de seguros. Mas, será que a IA é capaz de substituir a inteligência humana? É o que o portal Insurance Innovation Reporter aborda em uma matéria a respeito do uso da IA em benefício da atividade humana.
Pelo fato de impulsionar o aumento da velocidade dos processos, a IA generativa apresenta preocupações, especialmente relacionadas ao viés operacional, que pode resultar em respostas preconceituosas ou imprecisas. Embora seja possível treinar a IA para minimizar esses problemas, uma revisão cuidadosa é essencial para prevenir que erros e preconceitos passem despercebidos. A verificação humana do conteúdo gerado pela IA é fundamental para identificar e corrigir esses problemas, garantindo precisão e justiça nos resultados, especialmente devido ao impacto significativo que esses resultados podem ter sobre os indivíduos. O portal ainda afirma que o setor de seguros deve se responsabilizar e garantir que a IA produza resultados justos e precisos.
A responsabilidade ética no uso da IA em seguros é indispensável
A ética é especialmente essencial no setor de seguros, onde as responsabilidades morais se encontram com as regulamentações governamentais. Com o crescimento da inteligência artificial nos seguros, a ética empresarial ganhou destaque, levando muitas seguradoras a equilibrar os benefícios oferecidos pela IA com o risco de responsabilidade, especialmente à medida que as regulamentações se adaptam aos avanços tecnológicos.
Estabelecer abordagem conservadora pode fomentar a transparência
O Property Casualty 360 afirmou que as insurtechs recomendam uma abordagem conservadora que siga as regulamentações mais rigorosas até o momento. “A IA ética começa com os conjuntos de dados e as seguradoras devem utilizar dados imparciais para evitar decisões discriminatórias. Por exemplo, a CoreLogic desenvolve seus programas com a contribuição de especialistas jurídicos para eliminar preocupações de conformidade e distorções de dados. Outro componente crítico é a transparência, que é o foco de muitas regulamentações dos EUA. As seguradoras devem ser abertas sobre seu algoritmo de IA, como ele é usado para tomar decisões e como interage com os usuários, de acordo com Zendesk. Os departamentos que utilizam IA devem sempre ter um elemento humano, garantindo que um agente, corretor ou outro profissional de seguros mantenha a supervisão”, refletiu o portal.
Organizações têm adotado iniciativas regulatórias para fiscalização
Na mesma matéria, o Property Casualty 360, divulgou que em 2 de maio de 2024, 10 estados dos EUA adotaram os regulamentos de IA recomendados pela Associação Nacional de Comissários de Seguros (NAIC). Essas leis exigem a submissão de algoritmos de IA e seus conjuntos de dados de treinamento, além da divulgação do uso de IA nas revisões. Países como os da União Europeia, China, Canadá e Austrália têm regulamentações semelhantes, enquanto a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e a ONU estão desenvolvendo diretrizes globais para o uso da IA. Além disso, recentemente especialistas lançaram um novo código de conduta para o uso de IA no setor de seguros. Embora não seja uma diretriz de regulamentação, o código funciona como uma espécie de protocolo que os participantes podem utilizar como alternativa para práticas de uso da IA no processamento de sinistros. Os princípios do código incluem equidade, responsabilidade e transparência no uso de tecnologias de IA, além de estabelecer os direitos de quem contesta decisões baseadas nessas tecnologias.
Um futuro de sucesso em seguros requer uma utilização consciente da IA
Em conversa com o ITC DIA Europe sobre um futuro promissor para as seguradoras, Sal Dell'Anno, vice-presidente e líder global da indústria de seguros da CGI – uma das maiores empresas de serviços de consultoria de negócios e TI do mundo, disse: “No futuro, uma seguradora de sucesso aproveitará dados e IA para desenvolver produtos e serviços personalizados ao longo do ciclo de vida do cliente. A IA revoluciona a indústria ao impulsionar subscrições, interações com clientes e aumento de produtos mais rápidos. As seguradoras precisam de se transformar digitalmente e hiperpersonalizar as suas ofertas através de dados, IA e análises preditivas. As insurtechs que não estão limitadas pela tecnologia legada serão mais ágeis do que as seguradoras tradicionais e mais capazes de inovar em toda a cadeia de valor do seguro”. Dessa forma, é preciso buscar a antecipação e adequação às mudanças para manter a consistência de mercado, uma vez que, para que esses benefícios se materializem de forma perdurável, as seguradoras precisam garantir que o uso da IA esteja alinhado com princípios éticos sólidos.
Priorizar a transparência, a justiça e a proteção dos dados
O uso da IA no setor de seguros oferece diversas oportunidades para inovação e melhoria dos serviços. No entanto, este avanço deve ser equilibrado com uma abordagem ética robusta e a conformidade rigorosa com as regulamentações. Ou seja, é importante que a aplicação da inteligência artificial seja complementar à atividade humana, na garantia de que decisões críticas sejam revisadas por profissionais qualificados, mantendo assim um equilíbrio entre automação e percepção humana. A conformidade com as regulamentações do país também é fundamental para proteger os direitos dos consumidores e manter a integridade da empresa. Ao priorizar a transparência, a justiça e a proteção dos dados dos clientes, as seguradoras conseguem cumprir suas obrigações legais e ainda fomentar uma relação de confiança duradoura com seus clientes.