a última terça-feira, 06 de junho, ocorreu a mais recente edição do Insurtech Brasil 2023, no Amcham Business Center, em São Paulo. O evento reuniu diversos players do mercado e líderes de insurtechs que estabeleceram novas conexões e proporcionaram diversos insights de inovação para o mercado. A Insurtalks, como mídia fomentadora da tecnologia e inovação em seguros, esteve presente no evento e conseguiu um tempo exclusivo com grandes expoentes do mercado. Daniel Simon - Superintendente Comercial de Parcerias da Icatu, Emir Zanatto - CEO da TEx, Mariana Santana - Gerente de Estratégia, Inovação e Inteligência de Mercado da Brasilseg, Nicolaus Maack - Head de Inovação e Negócios Digitais da Mapfre e José Luiz Machado - Head of Insurance da Sem Parar falaram sobre suas participações no evento, a importância do evento para debater as novas tecnologias do seguro, gerar conexões, conhecer e apresentar soluções inovadoras e para o aquecimento do ecossistema das insurtechs e do mercado de seguros como um todo. Confira abaixo os insights exclusivos:
Insurtalks: Para a Icatu, qual é a importância de patrocinar esse tipo de evento?
Daniel Simon: Acho que o mercado segurador vem com uma tendência de se renovar e se atualizar. É um mercado secular, devolve muito para a sociedade e acho que o mercado como um todo precisa e vem nesse movimento de se renovar e na Icatu não é diferente. Para nós não é uma coisa tão recente, a gente já vem se preparando dentro da casa para isso, estamos sempre nos atualizando. Temos um portal de APIs muito bem estruturado com 40 milhões de chamadas por mês. Somos uma empresa B2B2C, nós buscamos parceiros para distribuir nossos produtos e temos, mais ou menos, 200 parceiros na casa, dos quais 100 já estão plugados no nosso portal de APIs. Então, não é algo que está nascendo agora, é uma realidade. Já estamos participando do ecossistema de fintechs, insurtechs e startups há muitos anos. A decisão de estar como patrocinador Ouro neste evento foi deste ano, mas já estamos inseridos nesse ecossistema há muito tempo.
"Isso só vai nos ajudar a cumprir nosso propósito de disseminar a cultura de proteção que, no Brasil, ainda é muito aquém do que deveria ser”
De acordo com Simon, a Icatu já investe em tecnologia e inovação há bastante tempo e esse evento colabora para fortalecer parcerias e disseminar a cultura de proteção: “Temos parceria com todas as plataformas digitais de investimento há mais de 5 anos: XP, BTG, Easynvest e várias outras. Tecnologia e inovação já fazem parte da nossa estratégia há muito tempo e eu acho ótimo iniciativas como este evento. É um momento que podemos mostrar nossa marca e encontrar pessoas do mesmo segmento. Tive a oportunidade de fazer um painel aqui com o nosso vice-presidente e dois parceiros nossos. Então, a gente vê de forma muito positiva esse movimento de união do mercado e de foco em parcerias. Somos uma empresa de parcerias e com esse momento do mercado em ebulição, com um monte de empresas nascendo, isso só vai nos ajudar a cumprir nosso propósito de disseminar a cultura de proteção que, no Brasil, ainda é muito aquém do que deveria ser”, disse ele.
Insurtalks: Pode falar um pouco sobre a presença da TEx no evento e sobre o significado do evento para o mercado segurador?
Emir Zanatto: O que eu acho mais fascinante no evento é como ele consegue conectar todos os possíveis stakeholders de uma indústria. Há uma presença forte de empresas do setor financeiro, de resseguradoras, de várias ferramentas de solução, seja para regulação de sinistro, automação de comunicação ou qualquer outra facilitação para o setor. Todas essas peças que são fundamentais dentro da indústria, mas que normalmente não estão presentes nos eventos, aqui podemos ouvi-las falar em painéis muito diversos. Foi a primeira vez, inclusive, que o novo superintendente da Susep falou.
Evento é um marco para o negócio de seguros
Zanatto considera o Insurtech Brasil 2023 um marco para o mercado de seguros porque todos os conteúdos das palestras são altamente relevantes. “O evento é de apenas um dia, é muito intenso, e se eu puder destacar alguma coisa (além do network), é que todas as palestras são absolutamente relevantes, não são palestras de cada empresa patrocinadora falando basicamente sobre o folder que eles distribuem. Os participantes dos painéis entregam o que está proposto de verdade, falam das potencialidades e das dificuldades. Acho que é um marco para o negócio. Fizemos contatos ali de coisas novas e outras que estavam em andamento que foi fundamental para darmos os próximos passos. Teve um painel que falou sobre o Embedded Insurance e, inclusive, alguns painéis com clientes nossos. Nesse aspecto, é muito legal ver a relevância desses nossos clientes no mercado e como nós contribuímos para isso, seja de forma direta, criando esse relevância pela solução que entregamos, seja indiretamente, estando com pessoas e empresas que são pioneiras e estão levando esse mercado para o próximo passo”.
“É preciso realmente usar soluções que possam ajudar o corretor, o segurador ou quem for, a ter uma melhor análise, a ter facilidade de gerar insight”
Zanatto disse que o fato de terem falado muito sobre dados em vários painéis (mesmo os que não estavam diretamente ligados a dados), reafirma a importância de passar a consumir os dados, mas de uma maneira estratégica. “O uso dos dados é importantíssimo, mas não de forma crua. Pegar uma planilha, um banco de dados gigante e ficar tentando decifrar ele. É preciso realmente usar soluções que possam ajudar o corretor, o segurador ou quem for, a ter uma melhor análise, a ter facilidade de gerar insight. Então, os painéis foram muito bons porque mostraram que estamos criando soluções que estão no caminho certo, na vanguarda desse movimento de dar acesso aos dados de uma forma simplificada”.
Insurtalks: Pode falar sobre o significado deste evento para a empresa, sobre o painel que você vai apresentar aqui no Insurtech Brasil 2023 e quais os projetos da Brasilseg para este ano em relação à tecnologia e inovação?
Mariana Santana: Este evento é muito importante porque nos auxilia muito na conexão com outros players que estão trazendo cases de mercado e, para a Brasilseg – representando aqui as empresas da BB Seguros –, é um posicionamento de marca, já que também trazemos os cases de sucesso que estamos trabalhando com inovação. Além disso, é uma oportunidade para conhecer startups e parceiros que podem nos ajudar no dia a dia. Acho que esse tipo de evento traz muito valor e nos auxilia a termos um network e uma troca para fortalecer ainda mais o mercado de seguros.
Inteligência Artificial generativa deve ser abordada sob a luz das suas vantagens e limitações
Falando sobre o painel que vai apresentar, Mariana explica que é importante tratar do assunto de modo a abarcar as vantagens e limitações que ele evoca. “Hoje eu vou participar do painel de Inteligência Artificial generativa, vou tentar provocar muitas reflexões sobre como entendemos o avanço dessa tecnologia e o que está acontecendo no mercado, pensando no ecossistema e em como o mercado de seguros deve se posicionar em relação a isso, não esquecendo também os riscos. Já vimos muito a questão do viés de base e de privacidade, nós achamos que ainda tem muito o que avançar”.
Em relação aos projetos da Brasilseg para este ano, Mariana diz: “Recentemente nós estruturamos uma plataforma que traz todas as nossas iniciativas de inovação e, este ano, vamos agregar mais maturidade a essas iniciativas para elas se consolidarem dentro da companhia. Além disso, teremos algumas novidades para trazer no final do ano”.
Insurtalks: Como está sendo a participação da Sem Parar na Insurtech Brasil 2023 e como a empresa conecta a tecnologia com o mercado de seguros?
José Luiz Machado: Para a Sem Parar, é muito importante estar em um evento de seguros porque ‘coloca o nosso bloco na rua’. A Sem Parar é muito mais que uma tag, também é seguros. Tanto que seguro já é uma vertical super importante para a companhia. É importante estar aqui, não só para se conectar com as seguradoras, mas porque elas começam a pensar um pouco mais em produtos e soluções que não são somente os famosos Bank Insurance ou produtos de varejo e e-commerce, mas são produtos que começam a conectar com nossa mobilidade, com as nossas razões de uso.
“Quais são as empresas que, hoje, conseguem ter uma taxa de conversão de 30 a 35% em determinadas partes da jornada dentro de um super app? Nós conseguimos conectar nossa mobilidade”
O executivo explica os diferenciais da empresa em relação ao que pode ser oferecido para os clientes: “A Sem Parar, em contrapartida, consegue ajudar a seguradora a pensar de forma diferente do habitual porque temos pontos de venda que são diferentes, nós temos praças de pedágio, que lugar vende seguro em uma praça de pedágio? Que seguro vende a tag com produtos e serviços integrados? Quais são as empresas que, hoje, conseguem ter uma taxa de conversão de 30 a 35% em determinadas partes da jornada dentro de um super app? Nós conseguimos conectar nossa mobilidade. Estamos muito próximos do cliente com o carro, nós temos milhões de dados de 20 anos, isso já consegue ajudar a trazer essas informações e ajudar a precificar. Além do questionário de avaliação de risco, a gente consegue trazer os nossos dados de uso do cliente e consegue aportar para uma seguradora dados e tecnologia que ela não tem ao longo da sua história. Nós conseguimos conectar esses dois mundos. E aí faz muito sentido, principalmente para o cliente, que vai ter ofertas no momento correto, com preços super competitivos e com coberturas totalmente personalizadas”.
Insurtalks: Qual a inovação que a Mapfre quer trazer para o mercado segurador e como vocês estão concretizando isso no Insurtech Brasil 2023?
Nikolaus Maack: Estamos felizes de estarmos presentes e esse ano trouxemos uma super novidade: um Elevator Pitch para conectar startups que tenham soluções disruptivas, incrementais e diferentes. Estamos convidando as insurtechs a contarem o seu pitch e preparamos uma surpresa: as três melhores startups serão selecionadas para um painel comigo que vamos fazer aqui no evento. Elas serão convidadas de surpresa.
“É o momento da gente gerar negócio, gerar benchmarking e gerar conexão”
Nikolaus, que é encarregado de potencializar o negócio digital da Mapfre e de implementar a estratégia de inovação no país no âmbito da MAPFRE Open Innovation (MOi), a plataforma de inovação aberta da empresa a nível global, diz que o momento é altamente propício para os negócios. “É o momento da gente gerar negócio, gerar benchmarking e gerar conexão. Esse é o modelo da Mapfre, o modelo Mapfre Open Innovation, como nós costumamos chamar, que é estar aberto a soluções que possam gerar valor para o nosso cliente e para o nosso negócio”.