A IoT se tornou um elemento permanente na área da saúde após a pandemia”
A pandemia de COVID-19 acelerou a adoção da Internet das Coisas (IoT) na saúde, além de mostrar a necessidade de soluções avançadas. Antes de 2019, as conexões à internet se limitavam a computadores e telefones, mas a crise sanitária trouxe consigo a urgência por inovações no atendimento ao paciente e na eficiência dos sistemas de saúde, especialmente diante do envelhecimento da população e dos altos custos médicos. A IoT, que foi inicialmente adotada como resposta à pandemia, consolidou-se como uma parte essencial do setor, e, juntamente com a IA, promete muitos avanços, resultando em serviços de saúde mais inteligentes e eficazes.
Prevenção e monitoramento
A IoT se refere à rede de dispositivos conectados que coletam e trocam dados em tempo real. No contexto do seguro saúde, isso inclui uma ampla gama de tecnologias, como wearables (relógios inteligentes, monitores de glicose, dispositivos de monitoramento cardíaco), aplicativos de saúde e até mesmo dispositivos domésticos inteligentes que monitoram o ambiente. Essas tecnologias não apenas permitem que os segurados acompanhem sua própria saúde, mas também que as seguradoras coletem dados valiosos para avaliar riscos e personalizar planos de saúde. Uma das principais contribuições da IoT para o seguro saúde é a capacidade de promover a medicina preventiva. Com dispositivos que monitoram continuamente a saúde dos segurados, é possível identificar padrões e prever problemas de saúde antes que eles se agravem. Por exemplo, um wearable que monitora a frequência cardíaca pode detectar irregularidades e alertar o segurado e a seguradora, permitindo uma intervenção precoce.
Tecnologia proporciona redução de custos para segurados
Conforme matéria do Fintech Global, os custos com assistência médica permanecem uma preocupação global, embora se projete uma leve redução para 2024, oferecendo um sinal positivo. Nos Estados Unidos, o aumento contínuo nos custos tornou a acessibilidade um problema para muitos americanos, com altos copagamentos, prêmios e franquias pressionando os orçamentos familiares, o que levou alguns a evitar cuidados médicos ou se endividar. No entanto, as seguradoras de saúde estão preparadas para enfrentar esses desafios usando tecnologia de saúde digital para promover cuidados preventivos, melhorar resultados e reduzir custos. Inovações como dispositivos de monitoramento de saúde, telessaúde, programas de bem-estar personalizados e ferramentas de avaliação de riscos podem capacitar as pessoas a gerir sua saúde, ao mesmo tempo em que fortalecem a oferta de produtos de seguro saúde.
“Países com infraestrutura de saúde menos estabelecida, mas com boa conectividade digital, podem liderar o caminho da IA”
De acordo com o portal The Economist, uma vez que a IA melhora a tomada de decisões, é provável que o cuidado se afaste dos grandes centros para se aproximar dos pacientes: possibilitando diagnósticos mais avançados em clínicas gerais, decisões em farmácias e maior acesso a aconselhamento e monitoramento em casa. No entanto, muitos pacientes ainda preferem consultas presenciais com médicos ou a proximidade de hospitais. Países com sistemas de saúde ainda em desenvolvimento podem ter mais facilidade para "reimaginar" esses processos do que aqueles com estruturas já estabelecidas. O Dr. Sood acredita que nações com infraestrutura de saúde menos consolidada, mas com boa conectividade digital, como Índia, Quênia e Indonésia, têm maior potencial para liderar a implementação da IA, adaptando seus sistemas de saúde à tecnologia que os pacientes já utilizam, como o WhatsApp.
Investir em tecnologia de ponta pode aumentar a receita e adesão ao seguro saúde
Ainda segundo o The Economist, especialistas estimam que a tecnologia foi responsável por 25% a 50% do aumento dos gastos com saúde nos países da OCDE nos últimos 50 anos, impulsionando o crescimento do setor. Nos EUA, os gastos chegaram a US$4,5 trilhões em 2022, com 30% desse valor sendo custos de administrativos. Grandes empresas de tecnologia estão entrando no setor de saúde, acreditando que seus modelos de linguagem e sistemas de aprendizado supervisionado podem transformá-lo. Na Índia, uma seguradora especializada em automóveis e saúde desenvolveu um ecossistema de serviços de saúde. A empresa obteve cerca de US$450 milhões em financiamento de investidores e foi avaliada em US$1,1 bilhão em outubro de 2021. O setor de saúde da Índia, avaliado em mais de US$372 bilhões, tem crescido a uma taxa anual composta de 21% desde 2014, conforme estimativas do Niti Aayog, um centro de estudos do governo. O rápido crescimento do setor de saúde na Índia tem atraído o interesse de seguradoras que buscam aproveitar essa oportunidade, apesar dos desafios em escalar os serviços de seguros. Assim, embora o investimento em tecnologia seja elevado para as seguradoras, é essencial mirar no retorno a longo prazo.
“O setor de seguros e planos de saúde está entre os cinco que mais fazem uso de inteligência artificial”
O anuário Valor Inovação Brasil, que analisa as 150 empresas mais inovadoras do país, apontou que o setor de seguros e planos de saúde está entre os cinco maiores usuários de inteligência artificial. Esse destaque reflete a transformação do setor, impulsionada por mudanças nos hábitos dos consumidores e novas regulações, como o open finance, que intensificam a concorrência. Para enfrentar esses desafios, seguradoras e operadoras de saúde estão investindo em inovação tecnológica, parcerias estratégicas, e no fortalecimento das relações com os consumidores e canais de distribuição. O objetivo é alcançar um crescimento de dois dígitos nas vendas e lucros até o final de 2024, ampliando a penetração dos produtos no mercado brasileiro.
Favorecer a experiência do segurado é primordial para garantir crescimento
A IoT tem aprimorado o segmento de seguro saúde, oferecendo possibilidades para monitorar, prevenir e personalizar o cuidado com os segurados. Ao adotar tecnologias de ponta, as seguradoras não só aprimoram a eficiência operacional, mas conseguem proporcionar um serviço mais conectado e proativo. O uso de dispositivos inteligentes, plataformas de análise de dados e outras inovações permite que as seguradoras antecipem riscos, ofereçam planos de saúde mais personalizados e melhorem a experiência do cliente de forma significativa. No entanto, para que essas iniciativas resultem em crescimento sustentável, é fundamental que as seguradoras mantenham o foco na experiência do segurado. Apesar de os custos de financiamento serem altos, investir em tecnologias que realmente beneficiem os clientes, tanto em termos de saúde quanto de conveniência, é primordial para fortalecer a confiança e a lealdade. O sucesso das seguradoras dependerá de sua capacidade de integrar essas inovações de maneira que coloquem o segurado no centro de suas estratégias, garantindo assim o crescimento e a relevância no mercado.