s insurtechs full-stack dos EUA (empresas de tecnologia no setor de seguros que controlam todas as etapas do processo de seguro, desde a subscrição até a gestão de sinistros e a interação com os clientes), apesar de não serem mais tão novas no mercado, ainda estão em busca da lucratividade. Vamos explorar as finanças mais recentes dessas empresas e entender o que esperar para o futuro.

A Lemonade, conhecida por sua narrativa envolvente, abriu sua carta aos acionistas com uma declaração otimista: "tivemos um fluxo de caixa líquido positivo", embora suas operações ainda estejam queimando milhões de dólares a cada trimestre.

De fato, o fluxo de caixa operacional melhorou em relação aos relatórios anteriores, mas o cenário financeiro ainda está longe do ideal. A Lemonade, com quase 2,2 milhões de clientes e prêmios em vigor que devem chegar a US$ 1 bilhão até o final do ano, tem enfatizado a "melhoria" em suas cartas aos acionistas.

No entanto, seu índice combinado bruto permanece próximo a 130% nos últimos trimestres, e a empresa acumulou perdas de US$ 104,5 milhões apenas no primeiro semestre de 2024, somando um total de US$ 1,2 bilhão em prejuízos desde seu lançamento.

Já a Hippo reportou uma perda de US$ 70 milhões no primeiro semestre de 2024 (comparado a US$ 173 milhões no mesmo período de 2023). Apesar disso, as atividades operacionais geraram US$ 7 milhões, uma melhoria significativa em relação aos US$ 45 milhões negativos no primeiro semestre do ano anterior. A Hippo tem ajustado seu negócio de seguros para proprietários de imóveis, que encolheu em quase 30% no último ano, enquanto sua taxa de sinistralidade começou a diminuir. O único segmento que gera lucros consistentes é o "seguro como serviço", reforçando que a aquisição da Spinnaker em 2020 foi uma decisão estratégica acertada.

Por outro lado, a Root reduziu suas perdas para US$ 14 milhões nos primeiros seis meses de 2024, em comparação com US$ 78 milhões no mesmo período de 2023. Suas operações geraram US$ 77 milhões em caixa, uma grande recuperação em relação ao déficit de US$ 94 milhões no primeiro semestre do ano anterior. A Root tem focado na transformação de seu portfólio de seguros automotivos, elevando os prêmios médios e reduzindo a sinistralidade, ao mesmo tempo que sua base de clientes oscilou.

A performance recente dessas insurtechs mostra avanços, mas os desafios para alcançar a lucratividade ainda persistem. Talvez, com sorte, o próximo ano traga resultados financeiros mais promissores para essas empresas.