filme “O mundo depois de nós” tem sido motivo de alvoroço nas redes sociais, principalmente no X (antigo Twitter). O longa – disponível na Netflix – é uma distopia que tem sua narrativa construída em torno de uma família que viaja em busca de paz e silêncio e se refugia em uma casa luxuosa. No entanto, há uma reviravolta quando um ciberataque afeta todos os dispositivos eletrônicos, tanto da casa quanto os de uso pessoal. Além disso, duas pessoas estranhas batem à porta em meio à tensão crescente dos personagens absortos nessa situação kafkiana. 

A virtualidade não está mais imersa no cotidiano: ela é o cotidiano em si

Não é preciso fornecer nenhum spoiler do filme para afirmar que o enredo, apesar de ficcional, encontra amparo e justificativa na realidade individual e social dos indivíduos (em relação ao ciberataque e suas consequências devastadoras). Isso porque a virtualidade não está mais imersa no dia a dia de cada um, ela é o próprio cotidiano para grande parte das pessoas – seja no trabalho, em casa ou nos dois. Por conta disso, é preciso explorar possibilidades para que o Seguro Cyber possa intervir e garantir tranquilidade para o cotidiano dos indivíduos.

Brasil é o maior alvo de ataques cibernéticos na América Latina

O relatório intitulado "Global DDoS Threat Intelligence”, da empresa Netscout, empresa líder global em soluções de cibersegurança, revelou com exclusividade ao Globo que o Brasil é o principal alvo de ciberataques na América Latina e esta é a realidade da região não só hoje, mas há quase uma década. De acordo com o estudo, o país sofreu com alta de 19% no número de ataques no segundo semestre de 2022. 

Já no primeiro semestre de 2023, o novo relatório da Netscout apontou que o país se manteve como o maior alvo, sofrendo 328.326 ataques cibernéticos, ou 41,78% do total de 785.871 investidas sofridas na América Latina.

Ataques globais continuam cada vez mais frequentes

O portal Property Casualty 360 revelou que segundo o relatório  relatório do Orange Cyberdefense, o ano de 2023, nos três primeiros trimestres, registrou 33% a mais de incidência de ciberataques em relação ao ano de 2022. Os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá foram os países mais afetados no período mencionado. De acordo com a divulgação, a possibilidade de adquirir dinheiro com facilidade têm aumentado o número de ocorrências. 

Fornecimento de combustível interrompido por ataque hacker

O site também mencionou os casos de ataques de ransomware que se deram em 2021, incluindo um na Colonial Pipeline Co., que interrompeu o fornecimento de combustível na Costa Leste dos EUA, e fez com que o presidente dos Estados Unidos – Joe Biden –  priorizasse a situação a fim de manter a segurança nacional. A partir daí, os Estados Unidos começaram a tentar reprimir os grupos de hackers, em parte cortando os recursos de criptomoeda dos criminosos. 

Organização aponta ações que podem mitigar ataques

Com isso, a organização sem fins lucrativos com foco cibernético, The Ransomware Task Force, estabeleceu uma lista de 48 ações que os setores público e privado poderiam tomar para mitigar esses ataques e, a partir de 18 de dezembro de 2023, as empresas serão obrigadas a divulgar incidentes de segurança cibernética à Securities and Exchange Commission no prazo de quatro dias úteis após determinar que são relevantes para os investidores. Conforme as novas regras, as empresas precisarão relatar o impacto do hack, incluindo quais dados foram divulgados publicamente e os processos que a empresa adotou para mitigar o risco.

As seguradoras precisam desenvolver uma conduta de responsabilidade

Diante da frequência de ataques, Spencer Young, vice-presidente sênior da EMEA na Delinea, revelou ao Insurtech Digital insights acerca da responsabilidade das empresas no fornecimento de segurança cibernética, ampliando suas qualificações no cenário de Seguro Cyber. “Ter uma abordagem abrangente à governança do risco cibernético é essencial também quando se trata de seguro cibernético. As organizações devem realizar avaliações de risco aprofundadas para compreender onde podem existir pontos fracos e lacunas na sua atual postura de segurança cibernética (...) capacidades consideradas boas práticas e cada vez mais necessárias para se qualificar para cobertura de seguro.”

A importância do seguro cibernético

A importância do seguro cibernético hoje não pode ser exagerada, especialmente com o custo médio de uma violação de dados aumentando ano após ano, chegando a US$4,35m em 2022. O seguro cibernético serve como uma rede de segurança financeira, ajudando as organizações no processo de recuperação após um ataque e é o companheiro ideal de uma estratégia robusta de segurança cibernética. A indústria evoluiu significativamente, oferecendo políticas abrangentes que cobrem uma ampla gama de custos associados a violações, como roubo de dados e tempo de inatividade dos negócios. Essas políticas também podem cobrir os custos muitas vezes esquecidos de investigações, perícias, multas de conformidade e pagamentos de extorsão.

Empresa lançará produto que pretende proteger o cliente contra fraudes

A NordVPN, empresa de segurança virtual, pretende lançar um produto para reembolsar clientes quando houver ocorrência de fraudes. O cofundador da empresa, Tomas Okmanas, afirma: “Embora a segurança cibernética e as ferramentas de privacidade ajudem a proteger os usuários da internet do ponto de vista técnico, o erro humano continua sendo um fator essencial em cibersegurança”. Ou seja, para ele, ninguém está livre de sofrer golpes, especialmente diante das táticas cada vez mais sofisticadas que os criminosos desenvolvem, por isso a necessidade de uma iniciativa que respalde o usuário.

O Seguro Cyber é um escudo financeiro que deve se tornar mais explorável e convidativo

A capacidade de adaptação e inovação se mostra necessária diante das ameaças em galopantes no cenário digital. Nesse sentido, o Seguro Cyber atua como um escudo financeiro, proporcionando suporte às organizações durante a fase de recuperação pós-ataque. Tal fato deve instigar o setor de seguros a pensar em como tornar o campo das possibilidades do seguro cibernético mais explorável e convidativo, já que se há algo absurdamente importante para as pessoas e/ou empresas, é preciso haver mecanismos para protegê-lo.