principal motivador das mudanças estruturais da sociedade, nas últimas duas décadas, foi a tecnologia, mais especificamente, a internet. Foi por meio da rede global de computadores que as pessoas puderam acessar uma extensa gama de recursos de informação e serviços.
Assim, dentre tantas outras transformações, os indivíduos passaram a compartilhar informações e impressões sobre diversos produtos e serviços e, é claro, sobre as empresas que os forneciam. Para conseguirem se adequar ao novo panorama de consumo, as seguradoras tiveram que responder ao ambiente em evolução com novos produtos e abordagens diferentes.
O cenário de risco mudou
Os consumidores da atualidade têm expectativas altas e constantemente mutáveis, por isso, esperam sempre um pacote completo de serviços prestados. Em relação aos riscos, os segurados esperam que as seguradoras não apenas os ajudem na eventual ocorrência de um sinistro, mas também os ajudem a reduzir e prevenir riscos. O novo relatório da Bain & Company ,Customer Behavior and Loyalty in Insurance: Global Edition 2023, lançado essa semana, fornece informações sobre as mudanças nas abordagens das seguradoras e nas necessidades dos consumidores.
97% dos brasileiros têm interesse na prevenção de riscos
Essa nova pesquisa entrevistou 28.765 consumidores em 14 países, confirmando que os consumidores querem mais de suas seguradoras do que a cobertura. A maioria dos consumidores deseja serviços de prevenção e mitigação de riscos de suas seguradoras. No Brasil, 97% dos entrevistados da pesquisa indicaram interesse na prevenção de riscos, assim como 81% dos entrevistados do Japão. Além disso, mais de 40% dos millennials estão dispostos e interessados em pagar por um seguro de vida que inclua prevenção de riscos.
Tecnologia voltada para prevenção de riscos no Seguro Residencial
Segundo estudo recente da eMarketer, empresa de pesquisa de mercado, 64,1 milhões de casas dos EUA contarão com um dispositivo doméstico inteligente até 2025. Nos Estados Unidos, mais de 50% das casas já possuem automação ou dispositivos inteligentes. As residências norte-americanas têm, em média, oito equipamentos inteligentes.
O mercado de dispositivos de proteção cresceu mais de 10% no Brasil
No Brasil, o mercado de dispositivos eletrônicos de proteção domésticos cresceu mais de 10% ao ano nos últimos cinco anos. Isso significa que esses dispositivos já são responsáveis por prevenir os riscos de milhares de residências. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), o setor faturou R$9 bilhões em 2021.
Mercado ideal para investimento
Num país onde a violência assusta e cresce a cada ano, o mercado de seguro residencial se conecta aos alarmes com câmeras, equipamentos touchless, câmeras com reconhecimento facial, drones e outros dispositivos, buscando oferecer experiências digitais. É a plataforma ideal para a oferta de seguros a preços competitivos, comodidade e alta tecnologia.
É importante investir em serviços de prevenção e mitigação de riscos
De acordo com o Relatório Global de Seguros de 2023, da McKinsey, as seguradoras devem expandir suas ofertas além da transferência de riscos para serviços que mitiguem ou evitem riscos. Como exemplo, o relatório cita a área cibernética e diz que os players de seguros mais engajados ajudam os clientes a reduzir as ameaças cibernéticas e melhorar a seleção de riscos, fornecendo inteligência de ameaças, diversificação de data center, consultoria e treinamento de funcionários. Além disso, muitas seguradoras também fazem parceria com empresas de segurança cibernética para oferecer proteção de ponto final ou autenticação multifatorial.
Segundo o estudo, as insurtechs, especialmente, podem aproveitar essa oportunidade para oferecer produtos de proteção cibernética como uma “vacina” contra riscos – ou seja, quanto mais as empresas individuais se protegerem contra riscos cibernéticos, menor será a exposição ao risco para a indústria como um todo.
Adoção de tecnologias para prevenir e mitigar riscos fortalece o ecossistema de seguros
Ao adotar tecnologias que colaboram para prevenir e mitigar riscos, as seguradoras conseguem aperfeiçoar processos, produtos e serviços e, ainda, oferecer preços personalizados aos clientes (por meio da “leitura” dos dispositivos conectados à casa, ao carro ou à roupa do cliente). Além disso, as operadoras do seguro fortalecem ainda mais o ecossistema segurador por meio da conscientização da natureza dos novos riscos e das formas inovadoras de preveni-los.