setor de seguros está se preparando para uma revolução tecnológica em 2025, impulsionada por inovações como a Inteligência Artificial Generativa (Gen AI) e a Internet das Coisas (IoT). De acordo com especialistas do setor, essas tecnologias não só melhorarão a experiência do cliente, mas também trarão mudanças profundas na avaliação de riscos, automação de processos e na criação de novos modelos de negócios.
O uso da IA generativa será um dos grandes motores dessa transformação. Especialistas como Leandro DalleMule, gerente geral da Planck / Applied Systems, apontam que a IA "agente" será crucial, permitindo que a IA realize tarefas de forma autônoma, como subscrição de apólices, eliminação de erros humanos e até mesmo a execução de processos administrativos. Segundo Bill Martin, presidente da Plymouth Rock Assurance, a IA ajudará a reduzir o viés humano na análise de riscos, promovendo decisões mais objetivas e evitando erros em áreas críticas, como a avaliação de riscos de acidentes de trânsito.
Além disso, a IoT será fundamental para melhorar a avaliação de riscos e acelerar o processamento de sinistros. John Riggs, CTO da HSB, prevê que em 2025 as tecnologias de IoT estarão cada vez mais integradas ao processo de gestão de riscos, permitindo que sensores em casas e carros conectados detectem problemas em tempo real, como vazamentos ou falhas mecânicas, e alertem seguradoras e clientes de forma proativa. Isso pode não só reduzir os danos potenciais, mas também acelerar a resolução de sinistros.
O uso de dados de carros conectados para precificação de apólices também será uma tendência crescente. Rashid Galadanci, CEO da Driver Technologies, observa que a integração de dados de veículos conectados com aplicativos de terceiros permitirá às seguradoras oferecer programas de seguro baseados no uso (UBI). Isso representa uma mudança significativa em relação aos modelos tradicionais, ao permitir que a precificação de seguros seja mais dinâmica e personalizada de acordo com o comportamento do motorista.
No que diz respeito à experiência do usuário, especialistas como Megan Wood, presidente da Genius Avenue, acreditam que a principal inovação será a melhoria da interface e da experiência digital para os consumidores. Apesar das inovações tecnológicas em áreas como subscrição e sinistros, muitas seguradoras ainda não oferecem uma experiência do usuário à altura de outras indústrias. A implementação de interfaces mais simples e intuitivas, aliadas à IA conversacional e aos pagamentos digitais, poderia melhorar significativamente a adesão e retenção de clientes.
Além disso, Katie McGrath, CEO da Swiss Re Corporate Solutions, destaca que a Gen AI poderá ser usada para acelerar a personalização no setor de seguros comerciais, principalmente na avaliação de riscos complexos e não padronizados, como os associados a desastres climáticos ou a riscos de equipamentos. Isso será possível graças ao processamento de grandes volumes de dados não estruturados, uma área em que a IA se destacará.
A automação no atendimento ao cliente também será uma das áreas mais beneficiadas, com IA sendo aplicada para resolver rapidamente problemas simples, como dúvidas sobre apólices e o status de sinistros. Leandro DalleMule vê isso como uma evolução natural do atendimento ao cliente, em que a IA não apenas sugere soluções, mas também as executa de forma eficiente. A automação ajudará as seguradoras a reduzir custos operacionais, ao mesmo tempo em que aumenta a satisfação do cliente ao proporcionar respostas imediatas e precisas.
A regulação e os desafios da adoção dessas tecnologias são outros pontos levantados pelos especialistas. Darcy Rittinger, diretor de risco da Cover Genius, alerta que, embora a IA tenha um grande potencial, as seguradoras devem agir com cautela, especialmente quando se trata de fornecer conselhos sobre produtos e riscos aos consumidores. A necessidade de garantir a conformidade com as regulamentações de dados e privacidade será um desafio contínuo para o setor. Michael Moran, COO da Trucordia, ressalta que a IA provavelmente terá um impacto mais imediato nas operações internas das seguradoras, como análise de dados e verificação de políticas, ao invés de na interação direta com os clientes, onde ainda será necessário mais tempo para testar e ajustar as aplicações.
No entanto, como ressalta Ken Tolson, CEO da Turvi, a adoção de soluções Gen AI em todo o ecossistema de seguros será uma das grandes prioridades de 2025. Ele prevê que, à medida que as seguradoras passem de projetos pilotos para soluções completas e implementadas, haverá uma verdadeira transformação na forma como os processos de negócios são realizados, desde a avaliação de riscos até o fechamento de sinistros.
Em resumo, as previsões para 2025 indicam que Gen AI e IoT serão as grandes forças propulsoras da transformação digital no setor de seguros, oferecendo mais personalização, eficiência e automação. As seguradoras que conseguirem integrar essas tecnologias de forma estratégica estarão bem posicionadas para oferecer uma experiência de cliente mais ágil e personalizada, enquanto aquelas que não se adaptarem poderão perder terreno no mercado.