e acordo com matéria do Valor Econômico, o setor de seguros está prestes a experimentar uma revolução impulsionada pela inteligência artificial generativa, que tem o potencial de individualizar e antecipar a avaliação de riscos. Especialistas acreditam que o ano de 2023 pode marcar um momento significativo na integração das IAs no campo dos seguros, uma vez que as aplicações baseadas em redes neurais oferecem a capacidade de personalizar coberturas e acelerar o processamento de sinistros, que pode ocorrer em questão de minutos ou até segundos.
Além disso, a inteligência artificial está abrindo portas para a criação de novos produtos e até mesmo a formação de mercados inteiros dentro do setor. No entanto, à medida que a IA ganha destaque, surgem também novas demandas por seguros que lidem com os riscos associados à sua aplicação, como questões de privacidade de dados e responsabilidades decorrentes das consequências da tecnologia.
Uma das vantagens cruciais da IA é sua capacidade de precificar riscos complexos, como os relacionados às mudanças climáticas, de forma mais precisa, uma vez que os modelos de avaliação se tornam mais preditivos e menos dependentes de dados históricos que podem não refletir os padrões atuais.
Bernardo Ribeiro, CMO e cofundador da insurtech Azos, compara o impacto da IA ao da introdução dos smartphones no mundo digital, destacando que a automação de processos é apenas o primeiro nível de transformação no setor. A IA também tem a capacidade de aprender com uma ampla gama de informações e dados de interações dos clientes, permitindo a emissão de apólices de seguro em questão de segundos.
Ribeiro menciona "Fred", a IA da Azos, que consome dados de várias fontes para tomar decisões relacionadas a apólices de seguro, resultando na emissão de 90% das apólices de vida em menos de um dia útil, em comparação com os tradicionais dez dias. A IA também tem o potencial de "prever" problemas antes que ocorram, como vulnerabilidades de barragens devido às mudanças climáticas.
Outros especialistas, como Danilo Gamboa da insurtech Akad e Tiago Prado da BRZ Insurance, enfatizam a capacidade da IA de personalizar o risco e aprimorar processos, incluindo a avaliação de riscos, detecção de fraudes e a experiência do cliente.
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, prevê um impacto "brutal" das IAs na indústria de seguros, com transformações acontecendo mais rapidamente do que se imagina. A IA também pode aprimorar a capacidade preditiva na análise de riscos em diversas áreas, incluindo eventos climáticos e saúde.
A IA está sendo usada para desenvolver produtos como seguros agrícolas paramétricos, levando em consideração parâmetros climáticos, o que pode se tornar mais eficaz e preditivo com a tecnologia. O uso disseminado da IA em várias indústrias também abre oportunidades para produtos de seguros que cobrem riscos relacionados à IA, como quebra de segurança de dados, vieses em algoritmos e disseminação de informações falsas.
Além disso, a interação com consumidores está evoluindo, com a IA possibilitando conversas mais naturais e substituindo os menus de chatbots por linguagem natural. Em resumo, a IA está transformando radicalmente o setor de seguros, oferecendo benefícios que vão desde a personalização de riscos até a melhoria da experiência do cliente e a cobertura de novos tipos de riscos.