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ara o Country General Manager da Klimber no Brasil, Cristiano Saab, o futuro do seguro passa pelo uso da tecnologia e da inovação na gestão de três frentes principais: indústria do seguro, relacionamento digital e distribuição. Fundada na argentina e celebrando um ano de atuação no país, a insurtech que reinventou a distribuição digital de seguros na América Latina promoveu um debate sobre o tema no dia 15 de junho, em São Paulo.

“A Klimber nasceu para potencializar essas frentes e criar ecossistemas potentes entre seguradoras, empresas de assistência, clientes e distribuidores. O fato de estarmos presentes nos 26 estados brasileiros e em mais de 70% dos municípios depois de apenas um ano no país mostra que estamos no caminho certo. Queremos levar o mercado de seguros a cada vez mais pessoas que ainda não se relacionam com ele”, afirmou o executivo, ao lado de seus convidados para uma roda de conversa sobre novas tecnologias aplicadas a seguros.

A indústria do seguro

Diante da transformação tecnológica, as seguradoras não devem se preocupar apenas com a comparação a outras seguradoras, e sim com as experiências de consumo que os clientes têm no dia a dia. “Quando peço uma refeição, falta algum item e recebo um reembolso em alguns minutos; quando preciso cancelar um serviço, faço isso rapidamente; e o mesmo vale para a criação de uma conta em um banco digital”, exemplifica o diretor de Novos Negócios na MetLife, Gustavo Romero, durante o encontro.

Na visão dele, o setor tem avançado bem nesse sentido, na medida em que já é possível contratar seguros por meio de reconhecimento facial e assinatura digital, entre outras facilidades, como plataformas que utilizam Inteligência Artificial para agilizar a abertura de sinistros e o recebimento de indenizações. “A velocidade é um fator muito importante nesse cenário. No caso da MetLife, a parceria com a Klimber veio para garantir agilidade ao nosso processo de digitalização e criação de novos produtos”, conta.

Os avanços da tecnologia criam necessidades diferentes e específicas, que chegam a todo momento como demandas para o mercado. Mas, para ele, inovar não está apenas em lançar novas coberturas securitárias – vejo o produto de um ponto de vista “end to end”, que envolve toda a experiência do cliente. “Temos construído uma mentalidade de inovação. Entidades, órgãos reguladores, seguradoras, canais de distribuição, todos estão engajados em inovar”, avalia.

Relacionamento digital

Tecnologia e rapidez também são a chave para ter um bom relacionamento digital com diferentes públicos. Esse é o lema do ifood, como contou o seu Gerente de Riscos e Seguros, Thiago Amorim, que participou do bate papo com a Klimber. 

“A todo tempo, sentamos com entregadores, restaurantes e clientes para saber quais são as suas necessidades. O segundo passo é entender como vamos usar a tendência mais atual de tecnologia para transformá-las em algo escalável e sustentável a longo prazo. Nossa receita para ter sucesso no digital é ouvir críticas, ter essa cultura do feedback, e resolver já no dia seguinte. É essencial errar rápido”, afirma. 

Foi em uma dessas conversas que o ifood identificou o interesse de entregadores por mais segurança, buscou uma seguradora e criou um seguro de acidentes pessoais dedicado a eles em parceria justamente com a MetLife.

“No caso do ifood, recebemos o desafio de criar um seguro para os entregadores – como oferecer uma cobertura de alto risco, intermitente? Como vamos colocar milhões de corridas no nosso sistema? Tudo era novo, estudamos, criamos o seguro e, hoje, temos até uma cobertura para recomposição de renda em caso de entregadoras precisarem cuidar do filho doente em casa”, relembrou Romero.

Já Amorim contou que, hoje, no app do entregador, são oferecidos vários outros tipos de seguros. “E assim conseguimos mudar a cultura, trazendo novas classes para esse mercado. Quando o entregador percebe que está sendo beneficiado, está recebendo indenização, tem vontade de comprar outros produtos”, conta o executivo do ifood.

Distribuição

A forma como o seguro chega ao seu cliente final também mudou muito nos últimos anos. Uma das principais tendências atuais, o “embedded insurance” – que embarca a oferta de seguros em plataformas digitais – ainda guarda desafios no quesito vendas. Quem comentou o tema foi a CCO e CMO da Generali Brasil, Claudia Lopes. 

A executiva acredita que, para aumentar a conversão no digital, principalmente para produtos em que a percepção do risco ainda não é tão clara para os clientes, é preciso apostar na interatividade e mais informações sobre os benefícios proporcionados pelo seguro. Não tanto em suas coberturas em telas estáticas e sem atrativos. “No digital, você é o protagonista da compra, não tem ninguém te explicando sobre o produto. É preciso usar ferramentas como vídeos para ajudar na decisão de compra”, opina.

Ela também destacou o grande valor que a oferta de seguros traz para instituições financeiras e para o varejo, entre outros distribuidores, tanto por gerar receita significativa, como também por garantir uma maior fidelização dos clientes.

Postado em
19/6/2023
 na categoria
Insurtech

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