ma matéria exibida no Fantástico e divulgada no portal G1, destacou que a polícia de São Paulo prendeu uma espécie de “professor” de uma escola online para estelionatários. O caso revelou uma rede que ensinava técnicas de fraude, comercializava dados pessoais e cartões clonados e movimentava milhões de reais. Notícias desse tipo acendem um alerta sobre a sofisticação dos crimes digitais e suas ramificações, ampliando as discussões sobre como esses crimes afetam setores essenciais, como o mercado de seguros.
Crimes digitais aumentaram 45% em 2024
Segundo um levantamento da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP), divulgado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o número de crimes digitais em 2024 teve um aumento de 45% em relação a 2023, totalizando cerca de 5 milhões de ocorrências. Os dados do estudo mostram que uma em cada quatro pessoas no Brasil foi alvo de tentativas de golpes digitais, e metade delas acabou sendo vítima efetiva. Essa escalada nas fraudes digitais demonstra o desafio de proteger informações sensíveis e recursos financeiros em um ambiente cada vez mais vulnerável.
Um dos motivos para o crescimento desse crime é a relação mais vantajosa entre esforço e risco
O presidente da ADDP, Francisco Gomes Júnior, afirmou para a reportagem da CNDL que o crescimento desse tipo de crime era previsível, já que as organizações criminosas enxergam uma relação vantajosa entre esforço e risco. Enquanto assaltos físicos demandam planejamento logístico, envolvem riscos de confronto e são mais facilmente rastreados, crimes cibernéticos podem ser realizados com recursos tecnológicos relativamente acessíveis e com menor chance de detecção imediata.
Métodos evoluíram com IA
Com o suporte da inteligência artificial, os métodos de fraude atingiram um novo patamar de sofisticação. Ferramentas baseadas em IA permitem imitar com alta precisão a voz e a imagem de pessoas, tornando as abordagens fraudulentas mais convincentes. Esse avanço agrava o impacto financeiro dessas atividades, que já alcançam cifras bilionárias. Entre as práticas mais comuns estão golpes envolvendo o Pix, contatos falsos de instituições bancárias e o roubo de celulares desbloqueados. Cada um desses métodos explora vulnerabilidades tecnológicas e comportamentais, ampliando os danos às vítimas e ao mercado segurador.
Setor de seguros enfrenta pressão para lidar com os desdobramentos desse contexto
O setor de seguros enfrenta, assim, uma pressão para lidar com os desdobramentos desse contexto. O aumento expressivo nas fraudes digitais eleva a sinistralidade, ou seja, a frequência com que as apólices são acionadas, o que pode impactar diretamente os custos operacionais e os prêmios pagos pelos segurados. Além disso, os seguros contra fraudes bancárias e cibernéticas precisam se adaptar continuamente para cobrir prejuízos decorrentes de crimes mais sofisticados, o que exige investimentos em análise de risco e tecnologia.
Casos como o do "Corretor Fantasma" reforçam necessidade de maior conscientização sobre a escolha de profissionais confiáveis
Os golpes não se limitam ao ambiente digital. Casos como o do "Corretor Fantasma" também reforçam a necessidade de maior conscientização sobre a escolha de profissionais confiáveis no setor de seguros. Em 2017, um empresário de Maceió relatou a perda de R$100 mil em um esquema de seguro falso. Em outro caso, amplamente divulgado em 2023, a jornalista Giuliana Morrone descobriu ter sido vítima de uma corretora fraudulenta por mais de uma década. Essa profissional enviava boletos falsos e utilizava motoboys para realizar pequenos atendimentos, criando uma ilusão de legitimidade.
Medidas de proteção podem ser manipuladas para fins ilícitos
Outro exemplo de fraude que ganhou as páginas de notícias foi o golpe do "Pix errado". Com o uso do Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Banco Central, criado para facilitar a recuperação de valores em situações de fraude ou erro, criminosos têm explorado a ferramenta para obter vantagens ilícitas. Entre janeiro e julho de 2024, foram registradas mais de 2,5 milhões de solicitações de devolução por fraude, conforme dados do Banco Central. Essa prática causa prejuízos diretos às vítimas e destaca como mesmo medidas de proteção podem ser manipuladas para fins ilícitos.
Algumas estratégias que as seguradoras podem adotar com maior frequência e intensidade
O impacto desses crimes transcende o prejuízo financeiro imediato. Para as seguradoras, é essencial investir em tecnologias que permitam identificar fraudes em tempo real, além de educar os consumidores sobre como se proteger de abordagens criminosas. Estratégias de prevenção, como auditorias regulares e parcerias com especialistas em cibersegurança, são fundamentais para minimizar os danos e reforçar a confiança no setor.
Atuação colaborativa para desenvolver soluções conjuntas e eficientes
A profissionalização dos crimes digitais e a diversificação das fraudes exigem uma resposta igualmente consistente. Além de fortalecer suas próprias defesas, o setor de seguros precisa atuar em colaboração com outras instituições, como bancos e autoridades públicas, para desenvolver soluções conjuntas e eficientes. O combate ao crime cibernético deve ser uma prioridade compartilhada, pois envolve a garantia de um ambiente digital mais seguro para todos.
A luta contra as fraudes digitais deve serum esforço contínuo e indispensável
Assim, o caso da "escola de golpistas" é um lembrete contundente de como o crime organizado se reinventa em um mundo conectado. O setor segurador, assim como a sociedade como um todo, precisa acompanhar essa evolução, desenvolvendo estratégias e ferramentas que protejam os consumidores e preservem a integridade de suas operações. A luta contra as fraudes digitais deve ser um esforço contínuo e indispensável, que requer atenção, inovação e cooperação entre os diversos segmentos afetados.