mbora o setor de insurtech tenha visto investimentos significativos nos últimos anos (somente no ano passado rendeu US$10,5 bilhões de investimentos levantados nos três primeiros trimestres do ano) segundo um relatório recente da Pine Bridge Investments, a indústria de seguros está se tornando cada vez mais complexa, com novas tendências, baixos rendimentos de ativos, climas econômicos instáveis e um ecossistema em constante mudança.
Os investimentos em Insurtech caíram 50,2%
De acordo com a Gallagher Re, corretora global especializada em resseguros, o setor global de insurtech viu os investimentos subirem 8,3% durante o trimestre fechado mais recentemente, em comparação com o trimestre anterior. A empresa apontou que os investimentos no segundo trimestre totalizaram US$2,41 bilhões. Apesar do crescimento trimestral, os investimentos em insurtech em 2022 estão 50,2% abaixo do total visto no mesmo período do ano anterior, que foi um trimestre recorde, informou a Gallagher Re.
Perdas econômicas
Na soma dos investimentos de todo o ano de 2021, os investimentos em Insurtech caíram 79,6%, levando a perdas de empregos e condições econômicas difíceis para o setor no primeiro semestre de 2022. Tais dados convergem com notícias recentes sobre quedas de ações e dispensas coletivas de funcionários relacionadas a algumas insurtechs.
Valor de mercado menor que o do primeiro dia de negociação
As ações da Lemonade caíram 78% no ano passado, para um valor de mercado atual de US$2,3 bilhões, menor do que no final de seu primeiro dia de negociação em julho de 2020.
Valor de mercado diminuiu mais da metade
A Hippo, fundada por empresários israelenses na Califórnia, também caiu 77% desde que entrou na Bolsa de Valores de Nova York por meio de uma fusão SPAC no ano passado. Seu valor de mercado atual é de US$1,5 bilhão, comparado aos US$5 bilhões na época da fusão.
Perda de 88% em um ano
A empresa de insurtech norte-americana Root, especializada em seguros de automóveis e que abriu seu capital em 2020, perdeu 88% em um ano. A Metromile, outra seguradora de automóveis americana que abriu seu capital por meio de uma fusão SPAC há um ano, perdeu 87% e em novembro foi adquirida pela Lemonade.
Demissões
O corte drástico de pessoal foi seguido pela queda das ações da Lemonade, cuja redução de pessoal da Metromile atingiu o número de 20% de colaboradores após concluir a aquisição da seguradora pay-per-mile no final de julho.
Outras insurtechs globais que também cortaram funcionários foram a Nova Benefits, com sede na Índia, que cortou 30% de sua equipe, e a Zego, com sede no Reino Unido, cortou 17% de sua força de trabalho neste verão.
Possíveis Motivos
Uma possível razão para a diminuição dos investimentos em insurtech, sugeriu a GlobalData, é que os consumidores estão optando por recorrer a marcas mais estabelecidas à medida que sua renda disponível diminui.
“Também é provável que em tempos econômicos difíceis – como uma pandemia e agora a crise do custo de vida – os consumidores recorram a marcas conhecidas e estabelecidas, pois confiam mais nelas para sobreviver e pagar indenizações. Também é verdade que muitas insurtechs se concentram no seguro de gadgets ou bens, que não é considerado uma compra essencial pelos consumidores”, diz a GlobalData.
“O investimento no setor secou um pouco”
Em um comunicado à imprensa, Ben Carey-Evans, analista sênior de seguros da GlobalData, declarou que: “Essas tendências são provavelmente devido a uma combinação de fatores. Conforme destacado, o investimento no setor secou um pouco. As rodadas de financiamento são essenciais para manter as insurtechs funcionando nos estágios iniciais antes que se tornem lucrativas, portanto, o investimento reduzido é uma barreira significativa ”.
A Reuters sugeriu que outra razão pela qual os investimentos em insurtech caíram é que algumas empresas estão achando difícil competir com players estabelecidos e sofreram com a ampla venda de ações de tecnologia.
Incerteza do atual cenário econômico
O motivo para a diminuição do interesse nas insurtechs, segundo o relatório do escritório de advocacia internacional Clyde & Co., seria o fato de os investidores estarem cada vez mais nervosos devido à incerteza do atual clima econômico.
E o futuro?
Não há como prever se todos os movimentos do setor de insurtechs serão positivos ou negativos, até mesmo por ser um setor ainda volátil devido à “recente” inserção na economia mundial e na vida das pessoas. No entanto, apesar de ter pouco tempo de existência _ se comparada ao ramo segurador ou a outros ramos já consolidados na ampla economia _ o ramo das startups de seguros pode até oscilar, por conta de fatores diversos abordados no texto, mas a firmeza da sua existência no futuro está garantida pelo impacto disruptivo que trouxe, tanto para os players de seguros quanto para os segurados, corretores e para a sociedade empresarial, de uma maneira geral. Uma vez que inovaram e passaram a oferecer seguros de uma forma nunca vista antes, não há mais retorno, apenas evolução.