É

possível ser uma empresa com impacto social e valer 1 bilhão de dólares. Essa é a mensagem que a startup de seguros Betterfly que ver associada ao seu nome. A empresa chilena fechou no início do mês uma rodada de investimentos série C no valor de 125 milhões de dólares, que elevou seu valor de mercado para 1 bilhão de dólares e a colocou no seleto rol de unicórnios latino-americanos. O dinheiro vai para melhorar sua plataforma e avançar na internacionalização. A primeira parada? O Brasil.

A Betterfly é uma plataforma de venda de seguros que incentiva bons hábitos de seus usuários em troca de maior cobertura no seguro de vida e de crédito para ser usado em doações como água potável, pratos de comida ou mudas de árvore. O foco da startup é o mercado B2B2C – ela vende para as empresas uma plataforma de benefícios para melhorar os hábitos de seus funcionários cobrando uma taxa fixa por colaborador.

Fundada há quatro anos, a empresa começou como um programa de incentivo para exercícios físicos. Na época o nome era Burn to Give e o negócio já tinha como modelo recompensar bons hábitos com moeda virtual para fazer doações. O modelo ia bem, até que chegou a pandemia. “As pessoas não praticavam mais esportes fora de casa e percebemos que precisaríamos mudar nosso modelo e negócio”, afirma Cristóbal della Maggiora, co-fundador e presidente da Betterfly no Brasil.

Foi o pretexto para ampliar o escopo da startup. Em vez de incentivar apenas exercícios físicos, ela passou a recompensar também hábitos como meditação e alimentação saudável, além de oferecer serviço de telemedicina e seguro de vida. Nessa, o nome da empresa também mudou. De Burn to Give – queime para dar, que vem da ideia de queimar calorias – virou Betterfly, uma referência à ideia do efeito borboleta, segundo a qual, o bater das asas de uma borboleta poderia influenciar a formação de um tufão do outro lado do mundo. “Ou seja: pequenas mudanças no seu bem-estar no dia-a-dia podem gerar grandes mudanças no mundo”, afirma della Maggiora.

Em meados de 2021, a Betterfly recebeu aporte de 60 milhões de reais, um série B com fundos de peso como DST Global, Valor Capital e Softbank Latin America Fund. Menos de um ano depois veio a rodada série C. Nessa nova fase, a startup vai focar em ampliar seu escopo para atacar outra dor latente nos países da América Latina: a bagunçada vida financeira de boa parte da população. De olho nisso, a Betterfly passou a oferecer também serviços para gerar “bem-estar financeiro”.

Um exemplo é uma ferramenta tecnológica capaz de gerar adiantamentos de salário. “Na Austrália as pessoas recebem por semana. Aqui a pessoa trabalha um mês para receber, e mutas vezes precisa de crédito nesse período”, afirma o empreendedor. A intenção é usar tecnologia para que seja possível acessar o dinheiro de dias já trabalhados antes do pagamento, e assim evitar o endividamento e melhorar a organização financeira dos usuários.

Postado em
1/3/2022
 na categoria
Insurtech

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