teoria diz que um centennial jamais entrará em um banco ou comprará um carro 0km. Na mesma lógica, especula-se que os jovens nascidos a partir de 1995 jamais farão um seguro por meio de um vendedor: a experiência será online e depois de comparar muitas opções na internet. Este foi um dos insights que uniram Julián Bersano, CEO e fundador (49); Dolores Egusquiza, CMO e cofundadora (42); Cristian Elbert, CLO e cofundador (51); e Diego Camogli, consultor de inovação e cofundador (43), para criar a Klimber, uma insurtech que nasceu com o objetivo de facilitar o entendimento, a operação e a compra de seguros de pessoas. 

Em essência, a Klimber cria ecossistemas para a distribuição inovadora de seguros com perspectiva regional, recursos atuariais, desenvolvimento de produtos, automação, digitalização de todo o ciclo de vida da apólice, bibliotecas de API abrangentes e padrões de segurança certificados para garantir alta eficiência em todo o processo, o que permite reduzir o custo ao cliente final e oferecer as melhores alternativas de cobertura. 

Praticamente tudo foi idealizado quando os fundadores trabalhavam na gigante seguradora AIG, nos Estados Unidos, e surgiu a possibilidade de comprar operações que a empresa estava se desfazendo na América Latina. 

Embora não tenham vencido a licitação, decidiram que a região precisava enfrentar um processo de digitalização de seguros, visando um segmento em que, embora muitas seguradoras tentassem, nenhuma conseguiu gerar um produto atraente e com impacto real nas pessoas da base da pirâmide. 

“Criar produtos com propósito, voltados para um negócio que ninguém ousava desenvolver, foi a nossa motivação”, diz Julián Bersano, CEO da Klimber. “Em nosso setor existem players cada vez mais fortes e variados e, embora esteja passando por um momento difícil ao nível do financiamento de risco, conseguimos o apoio da Swiss Re, a resseguradora de enorme prestígio, o que nos torna a insurtech com mais suporte na América Latina América. Isso foi demonstrado ao fechar acordos como o Mercado Pago, no qual gerenciamos todo o ciclo de vida da apólice de forma 100% online”, acrescenta.

Como compartilham os fundadores, 2022 foi um ano de forte crescimento: triplicaram o número de funcionários, iniciaram a operação em dois novos países e alcançaram conquistas que pareciam impossíveis no setor, como a criação de um produto que permite o pagamento de sinistros em menos de uma hora usando algoritmos. Além disso, digitalizaram e automatizaram os 30 processos que giram em torno da administração de seguros, e possuem apólices colocadas nos 26 estados do Brasil e em todas as províncias da Argentina. 

O modelo de negócios da Klimber é chamado de MGA (Managing General Agent) digital, no qual a empresa gerencia todo o negócio de seguros digitais de uma seguradora e atua como intermediária entre empresas digitais, seguradoras e segurados, cobrando um percentual de todos os negócios em que atua. participa. Definida dessa forma, a Klimber não se apresenta como corretora ou distribuidora, mas sim cria e adapta produtos à fluidez e necessidade de um canal digital. 

“Lançamos a Klimber com foco no mercado de inovação chinês, tendo Alibaba e ZhongAn como inspiração, mas criando uma empresa sediada na Argentina para ter impacto regional. Com essa ideia fomos buscar financiamento. Batemos de porta em porta na Argentina e também em Nova York - onde obtivemos o apoio da Prudential e da Swiss Re- e descobrimos que em nosso país o custo do dinheiro era 10 vezes mais caro do que na Big Apple. Nossa conclusão: na Argentina o dinheiro vale mais que as ideias e em Nova York as ideias valem mais que o dinheiro”, diz Bersano. 

A aliança com a Prudential foi decisiva. Eles chegaram àquela empresa em 2018, quando obtiveram o capital inicial de US$ 750.000 para desenvolver a linha completa de seguro de vida digital no formato MGA, gerenciando todo o seu portfólio e criando, a partir dos já existentes, novos produtos que funcionam no formato digital. Foi neste momento que deram os primeiros passos e desenvolveram uma tecnologia própria, que lhes permitiu lançar, ainda em 2018, o primeiro seguro de vida digital da América Latina. 

“Continuaremos com nosso plano de expansão regional, apostando em novos mercados, como México e Chile, enquanto continuamos crescendo naqueles onde já temos forte presença, caso da Argentina e Brasil. Nosso objetivo é continuar diminuindo a lacuna de cobertura na região, democratizando o acesso aos seguros em busca da marca de um milhão de apólices com todos os estados do Brasil, México e Argentina representados”, finaliza Bersano.