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 poder da computação acelerada e descentralizada

A inteligência artificial deixou de ser uma tecnologia acessória para se tornar parte integrante da transformação de diversos setores. Com o avanço de supercomputadores e chips cada vez mais potentes, a IA promete remodelar profundamente áreas como saúde, mobilidade e, também, o setor de seguros. O desenvolvimento de superprocessadores e a ascensão dos dispositivos de borda (edge devices) abrem caminhos para uma IA mais veloz, precisa e descentralizada. Com chips especializados, como os usados por startups e gigantes da tecnologia, torna-se possível executar modelos de machine learning diretamente em dispositivos móveis ou sensores conectados, sem depender exclusivamente da nuvem. Isso representa uma revolução para o setor de seguros, que poderá coletar e processar dados em tempo real, elevando a precisão na precificação de apólices e na detecção de fraudes.

Colossus e os supercomputadores: a nova era já começou

Conforme uma matéria do Valor Econômico, ativação do supercomputador Colossus por Elon Musk pode serum marco tecnológico na corrida global pela liderança em inteligência artificial. O Colossus reúne cerca de 100 mil processadores da Nvidia, configurando-se como o maior conjunto de chips de IA do mundo. Seu objetivo inicial é treinar modelos generativos de larga escala, incluindo aqueles que darão suporte à próxima geração de produtos da Tesla, como o robô humanoide Optimus. Em paralelo, a parceria entre HPE e Nvidia para desenvolver um supercomputador de IA no Japão reforça essa visão. Voltado à IA generativa, o projeto asiático tem como propósito acelerar pesquisas, desenvolvimento de algoritmos e aplicações práticas em setores diversos. 

Novos capacidades analíticas para o mercado segurador

Para o mercado segurador, essas iniciativas apontam para melhoria nas capacidades analíticas. Através dos supercomputadores é possível processar e cruzar milhões de variáveis em segundos, dados comportamentais de condutores, padrões meteorológicos ou históricos de sinistros em áreas de risco. Essa velocidade e profundidade analítica pode influenciar na precificação de apólices, a avaliação de riscos complexos e a resposta em tempo real a eventos catastróficos, ampliando o alcance e a assertividade das seguradoras.

“Uma possibilidade radical para o futuro da IA”

Segundo o portal Insurance Thought Leadership, o futuro da IA caminha para uma mudança radical na forma como os negócios operam. A tendência é que os modelos se tornem autônomos, proativos e cada vez mais integrados aos ecossistemas de serviços. O avanço da inteligência artificial aplicada a dispositivos de borda — como carros conectados, smartwatches e sensores residenciais — está abrindo caminho para uma nova era de seguros hiperpersonalizados. Com a capacidade de processar dados diretamente nos dispositivos, essas tecnologias reduzem a latência, aumentam a privacidade e permitem decisões em tempo real. Isso possibilita, por exemplo, apólices de vida que se adaptam ao estilo de vida do segurado ou seguros automotivos que variam conforme o comportamento de direção no momento. Essa transformação ganha força com a evolução do hardware de IA. A Nvidia, durante sua conferência GTC, apresentou o chip Blackwell, que oferece desempenho até 40 vezes superior ao seu antecessor com metade do consumo de energia. Com os próximos lançamentos — Rubin e Feynman, previstos para 2026 e 2027 —, a companhia reforça a tendência de superprocessadores capazes de treinar e operar modelos com dezenas de trilhões de parâmetros. A criação de verdadeiras “fábricas de IA” promete revolucionar a forma como setores inteiros operam, incluindo o mercado segurador. 

Repercussão no setor de seguros

Conforme a matéria, para as seguradoras, isso significa a possibilidade de automatizar integralmente processos como subscrição, administração de apólices e regulação de sinistros. O resultado é uma operação mais eficiente, com menor custo e maior satisfação do cliente. Contudo, esse avanço também traz desafios. A automação pode reduzir os postos de trabalho operacionais no setor, exigindo uma requalificação da força de trabalho. Por outro lado, abre espaço para novos perfis profissionais, mais analíticos e voltados à gestão de tecnologias. 

Uma mentalidade de inovação aliada a um uso cauteloso da IA

O que antes era um mercado tradicional e operacionalmente pesado, hoje se vê diante de oportunidades inéditas de automação, personalização e eficiência em escala. Com superprocessadores como o Colossus e avanços como os chips da Nvidia, tarefas como subscrição, análise de risco e regulação de sinistros poderão ser executadas em segundos, com mais precisão e menor custo. Ao mesmo tempo, a integração da IA nos dispositivos do dia a dia aproxima as seguradoras dos seus clientes de forma proativa e contínua, criando produtos sob medida que acompanham os hábitos e comportamentos em tempo real. Essa inteligência distribuída tem potencial para melhorar a experiência do segurado, reduzir fraudes e democratizar o acesso à proteção. Porém, o futuro não virá sem desafios. A substituição de processos manuais por sistemas automatizados exige revisão de modelos de negócios, requalificação da mão de obra e, sobretudo, uma mentalidade aberta à inovação.

Postado em
10/4/2025
 na categoria
Tecnologia

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