ais de 80% das seguradoras já investiram em ecossistemas

Os ecossistemas têm a função de conectar operações para trazer mais conforto para os clientes, reduzindo custos e ampliando o engajamento. Isso se reflete em uma maior conveniência no acesso aos serviços, possibilidade de integração de coberturas em produtos como pacotes de viagem e ofertas mais personalizadas. 

Buscando compreender melhor essa tendência, a Geneva Association realizou uma pesquisa com suas seguradoras associadas. Os resultados apontam que mais de 80% das companhias já estabeleceram parcerias com empresas de tecnologia para criar plataformas digitais de seguros. 

As grandes empresas devem priorizar o desenvolvimento de ecossistemas digitais construindo suas próprias plataformas

O principal objetivo dessas iniciativas é expandir a base de clientes e aprimorar a experiência do usuário. O estudo sugere que as seguradoras priorizem o desenvolvimento de ecossistemas digitais e que para as grandes empresas, o ideal é construir suas próprias plataformas, seja de forma independente ou em parceria com empresas de tecnologia. Já as seguradoras menores podem obter melhores resultados se integrando a plataformas digitais já consolidadas. 

Consolidação de ecossistemas digitais requer uma reconfiguração mais profunda das estruturas internas das seguradoras

No entanto, a consolidação de ecossistemas digitais não é apenas uma questão de escala ou investimento. Ela exige uma reconfiguração mais profunda das estruturas internas das seguradoras — desde os processos de decisão até a cultura de produto. Criar ou integrar plataformas não significa apenas oferecer conveniência ao usuário final, mas também reorganizar fluxos de dados, redesenhar jornadas e, sobretudo, estabelecer novas formas de relacionamento com parceiros e clientes. A aposta em ecossistemas, portanto, exige mais do que tecnologia: pede clareza estratégica e disposição para atuar em um território onde controle e cocriação caminham juntos.

Como preservar a identidade da marca em ambientes cada vez mais compartilhados?

Além disso, o avanço dos ecossistemas no setor revela um dilema silencioso: como preservar a identidade da marca em ambientes cada vez mais compartilhados? Em contextos digitais integrados, a experiência do cliente se dilui entre múltiplos atores — plataformas, prestadores, fintechs, canais independentes. Para que a seguradora não se torne apenas um nome entre interfaces, será necessário investir em diferenciação não só pelo produto, mas pela forma como ela se posiciona dentro desses ecossistemas: com consistência, relevância e uma narrativa clara sobre o valor que entrega.

A junção dos ecossistemas a recursos tecnológicos pode favorecer fortemente a indústria de seguros

O avanço dos ecossistemas digitais no setor reforça a necessidade de uma abordagem mais conectada e eficiente para atender às demandas dos consumidores. A junção dos ecossistemas a recursos tecnológicos pode favorecer fortemente a indústria de seguros. Plataformas integradas permitem consolidar apólices e acessar serviços de forma simplificada, proporcionando maior controle ao segurado. No entanto, essa transformação exige uma mudança na gestão de dados e na capacidade das seguradoras de agir estrategicamente com base nessas informações. Para se manterem competitivas, as seguradoras devem abandonar sistemas legados e adotar um modelo centrado no cliente, com dados fluidos e facilmente integráveis. A adoção de tecnologias emergentes e a integração de diferentes setores impulsionam a inovação, especialmente na gestão de sinistros. Esse avanço reforça que a cooperação no ecossistema de seguros é relevante para criar soluções mais eficazes, expandir o mercado e melhorar a experiência dos clientes.

Seguro acumulador: uma nova estratégia para engajar clientes

A insurtech Peak3 lançou uma novidade que pretende otimizar a interação entre seguradoras e clientes com seu modelo de seguro acumulador, que permite que os segurados ampliem gradualmente seus benefícios, gerando maior engajamento e flexibilidade. Diferente do modelo tradicional, onde a apólice é adquirida e esquecida, essa proposta dinamiza a experiência do cliente incluindo o seguro a eventos cotidianos, como compras e metas de condicionamento físico. Conforme Adrien Lebègue, CEO da EMEA na Peak3, um dos desafios dos seguros convencionais é a falta de personalização e engajamento, especialmente entre os mais jovens e pequenos empresários. Com o modelo, a empresa promete mudar esse cenário, possibilitando a emissão de micropolíticas progressivas, incentivando a interação contínua. 

Integração com plataformas digitais e parceiros de ecossistema fortalecem a fidelização

Além das vantagens mencionadas, a integração com plataformas digitais e parceiros de ecossistema mantém um contato frequente com os segurados, fortalecendo a fidelização. Essas soluções demonstram como a personalização e a tecnologia podem tornar os seguros mais acessíveis e atrativos. A Peak3 apoia essa inovação com suas plataformas tecnológicas Graphene e Fusion, que automatizam a gestão de micropolíticas, melhoram a avaliação de risco e facilitam a integração com sistemas modernos. 

Conectividade e benefícios contínuos

Ao unificar serviços e criar um ecossistema fluido, as seguradoras eliminam barreiras burocráticas e proporcionam uma experiência mais acessível e personalizada aos clientes. O modelo de seguro acumulador, por exemplo, amplia essa transformação, permitindo que os segurados construam gradualmente sua proteção, de acordo com suas necessidades e hábitos. Esse tipo de iniciativa fortalece o relacionamento entre seguradoras e consumidores, aumenta a retenção e engajamento e impulsiona a adaptação das empresas a um mercado que segue a tendência da digitalização. No fim das contas, o que se espera de um seguro deixa de ser apenas a promessa de cobertura e passa a ser a capacidade de acompanhar o cliente nos momentos em que ele mais precisa de clareza, acesso e decisão. Ações nesse sentido não dependem tanto de inovações espetaculares, mas da disposição em tornar o essencial mais próximo, mais legível e, sobretudo, mais relevante.