pesar dessa queda significativa no investimento de capital de risco, o ecossistema Insurtech na região continuou a se expandir, com um crescimento de 6% no número de startups, totalizando 498. A taxa de mortalidade entre essas startups foi de 10%, enquanto o crescimento orgânico atingiu 16%, com 77 novos empreendimentos Insurtech surgindo ou mudando de direção no ano passado.
A expansão internacional dentro do setor viu um aumento de 11%, resultando em um índice de internacionalização de 13,4%. Peru, Equador, Colômbia e México lideraram a região na atração de empresas estrangeiras de insurtechs, ostentando um índice de atração de 24%.
No cenário de insurtechs, 53% das startups estão focadas na distribuição digital, enquanto os 47% restantes atuam como facilitadores, colaborando com resseguradoras e intermediários.
Os insights são detalhados no relatório 'LatAm Insurtech Journey', compilado pela Digital Insurance LATAM e patrocinado pela MAPFRE. Esta oitava edição do relatório fornece uma análise abrangente do estado da indústria de Insurtech na América Latina.
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Figura 1: Crescimento do setor Insurtech considerando a mortalidade. Fonte: Latam Insurtech Journey .
O ecossistema continua a crescer apesar da falta de investimento
Desmembrando o número total de startups na região, o Brasil lidera com 203, seguido pelo Chile (72) e Colômbia (67). A região do Pacífico mostra o maior crescimento percentual, notadamente América Central (69%), Equador (35%), Colômbia (24%) e Peru (23%).
Durante o primeiro semestre de 2024, a expansão internacional cresceu 11%, com um índice total de internacionalização de 13,4%. As startups Multilatina Insurtech, operando em vários países, representam 13% do mercado. Peru (42%) e Chile (30%) estão impulsionando essa expansão devido às suas necessidades de escalabilidade de negócios, enquanto o Brasil exporta muito poucas Insurtechs (<1%) devido à sua dinâmica de mercado única.
O índice de atração de empresas estrangeiras é de 24,2%, marcando um aumento de 3,3 pontos em relação ao início do ano, quando era de 20,9%. Analisando o período de julho de 2023 a junho de 2024, inclusive, mostra-se um crescimento de 35% (de 18,1% para 24,2%): em média, uma em cada quatro startups de Insurtech em um determinado mercado é estrangeira.
Peru (63%), Equador (48%), Colômbia (43%) e México (31%) são os países latino-americanos que mais atraem empresas estrangeiras de Insurtech.
Figuras 2 e 3: Dados de expansão internacional (esquerda) e índice de atratividade do setor (direita). Fonte: Latam Insurtech Journey .
Mortalidade entre startups de Insurtech diminui na região
A taxa de mortalidade anual no ecossistema é de 10%, com 49 Insurtechs fechando nos últimos 12 meses.
Desses fechamentos, 92% foram startups locais, ressaltando o papel crítico das multilatinas em garantir a sobrevivência dos negócios. Proporcionalmente, a distribuição representa uma porcentagem maior de falhas, com uma taxa de mortalidade de 67% em comparação com os facilitadores (33%).
O Brasil carrega a maior carga de mortalidade, com 12%, enquanto a Argentina e a Colômbia mostraram melhorias notáveis com taxas de 4% e 7%, respectivamente, no último ano. Também é esperado que algumas entidades em dificuldades, chamadas de "zumbis", desapareçam nos próximos trimestres.
Figura 4: Taxa de mortalidade por país. Fonte: Latam Insurtech Journey.
Os facilitadores estão crescendo, mas a distribuição ainda prevalece
Cerca de 53% das Insurtechs se concentram em distribuição, marcando um declínio de 6% em relação a 2020. Apesar disso, a distribuição continua a dominar, embora o ecossistema esteja cada vez mais explorando outros modelos de negócios.
A maioria dos distribuidores é especializada em linhas pessoais, como seguros de automóveis e residências, com modelos de corretores e agentes gerais gerentes (MGA) representando 42%.
Os facilitadores tiveram um aumento de 6 pontos percentuais nos últimos quatro anos, representando agora 47% do total do ecossistema Insurtech da América Latina.
Notavelmente, 18% dos facilitadores oferecem soluções para digitalização da intermediação tradicional. Além disso, 14% são especializados em soluções de gerenciamento de reivindicações e 6% focam em detecção de fraudes.
Hugues Bertin, CEO e fundador da Digital Insurance LATAM, disse: “O ecossistema Insurtech na América Latina mostra uma resiliência notável. Apesar do financiamento limitado, a taxa de mortalidade caiu de 13% para 10%, com a Argentina se recuperando notavelmente (+6%). Nunca vi tanto entusiasmo nesses países para colaborar com startups Insurtech. Iniciativas como a Pacific Insurtech Alliance e outras associações continuarão a cocriar o futuro do seguro, unindo esses players inovadores e todas as partes interessadas tradicionais, incluindo as principais seguradoras da América Latina.”
Carlos Cendra, Scouting & Investment Lead na MAPFRE Open Innovation, acrescentou: “Isso diz muito sobre os empreendedores latino-americanos que, apesar do investimento limitado, o ecossistema continua firmemente comprometido em criar e fomentar novas startups para impulsionar o crescimento do setor e diminuir a lacuna de seguros. A América Latina é notavelmente resiliente e uma região altamente atraente para investidores locais e internacionais”.