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impacto de uma invasão cibernética no Tesouro Americano

Hackers patrocinados pelo governo chinês comprometeram as medidas de segurança dos sistemas do Departamento do Tesouro dos EUA em dezembro de 2024,o que resultou em roubos de documentos. O incidente, descrito como "grave" pelo Tesouro em uma carta enviada a legisladores e obtida pela Reuters, revelou falhas na proteção de um provedor terceirizado de segurança cibernética, a BeyondTrust. De acordo com o documento, os invasores conseguiram obter uma chave utilizada pela empresa para proteger um serviço baseado em nuvem, que oferece suporte técnico remoto aos usuários do Departamento do Tesouro. Com essa chave em mãos, os hackers burlaram os mecanismos de segurança, acessaram remotamente estações de trabalho específicas e obtiveram determinados documentos não classificados armazenados pelos usuários.

O cenário cibernético e seu impacto em organizações e empresas 

O cenário cibernético global apresenta desafios cada vez mais complexos para organizações públicas e privadas, que enfrentam ameaças constantes de hackers. De acordo com um relatório da Delinea, 62% das empresas registraram pelo menos um sinistro de seguro cibernético em 2024, enquanto 27% enfrentaram múltiplos incidentes no mesmo período. CJ Dietzman, da Alliant Insurance Service, ressaltou que a gestão de identidade é um dos pilares na prevenção de ataques, sendo um aspecto crítico avaliado pelas seguradoras ao analisar riscos. Ele destacou a necessidade de controles integrados e estratégias holísticas para mitigar acessos não autorizados e proteger informações sensíveis. Além disso, o panorama cibernético é marcado por ameaças variadas, como ataques de phishing, ransomware e violações em grandes infraestruturas digitais. Esse ambiente afeta empresas de todos os tamanhos, com impactos financeiros devastadores. 

O custo médio de uma violação de dados atingiu US$4,45 milhões em 2023

Segundo a IBM, o custo médio de uma violação de dados atingiu US$ 4,45 milhões em 2023, um aumento bastante relevante em relação aos anos anteriores. Tudo isso reforça a importância de adotar mecanismos de segurança mais robustos e investir em soluções como o seguro cibernético, que se torna uma ferramenta essencial para mitigar os prejuízos associados a esses ataques.

Riscos cibernéticos e o Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa (RCF)

Os ataques cibernéticos não são novidade, mas sua complexidade tem crescido exponencialmente, exigindo uma postura proativa por parte de empresas e governos. 

O mercado de seguros tem acompanhado essa evolução, desenvolvendo apólices cibernéticas que oferecem soluções abrangentes, como monitoramento em tempo real, suporte técnico após violações e cobertura para recuperação de dados. As seguradoras estão cada vez mais empenhadas em expandir suas ofertas de coberturas facultativas para riscos cibernéticos, adaptando-se às novas demandas do mercado. 

A Responsabilidade Civil, prevista em lei, determina que uma pessoa física ou jurídica repare os danos causados a terceiros, sejam eles materiais ou pessoais. No contexto de veículos, por exemplo, o Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa (RCF-V), popularmente conhecido como Seguro de Terceiros, permite que o segurado transfira para a seguradora a responsabilidade de indenizar terceiros por danos não intencionais. Esse seguro cobre danos materiais, como a reparação de bens danificados, danos corporais causados a vítimas de acidentes e danos morais provenientes de decisões judiciais. Além disso, a modalidade de seguro facultativo se destaca por sua personalização, oferecendo proteções adicionais que abrangem desde prejuízos financeiros até perdas de dados decorrentes de ataques cibernéticos. Essa abordagem permite preencher lacunas deixadas por apólices tradicionais, funcionando como uma estratégia eficiente para mitigar riscos e assegurar a continuidade das operações, mesmo diante de ataques sofisticados como o que atingiu recentemente o Tesouro Americano.

As seguradoras globais estão recorrendo cada vez mais ao resseguro facultativo 

As seguradoras estão ampliando o uso de resseguro facultativo, voltado para riscos específicos, devido ao aumento de ameaças como ataques cibernéticos, mudanças climáticas e volatilidade nos mercados financeiros. De acordo com a matéria do InsurTech Digital, uma pesquisa da WTW com 300 executivos revelou que 68% das seguradoras pretendem aumentar essa prática nos próximos dois anos, buscando maior flexibilidade no gerenciamento de riscos complexos. Enquanto o resseguro de tratados cobre portfólios inteiros, ele nem sempre oferece a especificidade necessária para lidar com ameaças emergentes. O seguro cibernético, em particular, é visto como uma oportunidade estratégica por 58% dos entrevistados, incentivando a adoção de soluções facultativas para gerenciar a exposição a esses riscos. Armando Montenegro, da WTW, destacou que a rápida evolução da inteligência artificial pode gerar novos riscos, impulsionando a busca por coberturas adaptadas. A combinação de resseguro facultativo com soluções tecnológicas é vista como uma abordagem eficaz para mitigar danos, especialmente para empresas que lidam com dados sensíveis ou atuam em setores regulados. Essa integração oferece às seguradoras e seus clientes maior proteção frente às incertezas do cenário atual.

Cibersegurança como foco de empresas de todos os tamanhos

A cibersegurança é vista como prioridade para empresas de todos os tamanhos, e não apenas para as grandes corporações. Setores como saúde, tecnologia e finanças são os mais impactados, mas pequenas empresas também enfrentam ataques, sendo frequentemente vistas como menos vulneráveis. Com a complexidade do ambiente digital, a proteção de dados é uma necessidade, especialmente em um cenário onde cerca de 40% das violações envolvem informações dispersas em múltiplas plataformas. Ataques a nuvens públicas podem elevar os custos de incidentes para mais de US$5 milhões. A capacitação das equipes para identificar ameaças, como phishing e ransomware, é fundamental, assim como a implementação de tecnologias que monitoram ameaças em tempo real. Além disso, é preciso ter um plano claro de resposta a incidentes para garantir reações rápidas e eficazes. O seguro cibernético também possui um papel importante, cobrindo perdas financeiras e oferecendo suporte especializado para a recuperação e proteção dos negócios contra as crescentes ameaças cibernéticas.

Um escudo necessário em tempos de ameaças digitais

O ataque ao Tesouro Americano é um lembrete claro da gravidade dos riscos cibernéticos e da necessidade de soluções robustas. A cobertura facultativa é uma possibilidade que cresce e está se tornando uma ferramenta excelente para proteger empresas contra as consequências financeiras e reputacionais desses ataques. Com dados espalhados em diferentes ambientes e a velocidade com que novas tecnologias são integradas, os riscos cibernéticos tornam-se inevitáveis. No entanto, a adoção de práticas preventivas e estratégicas, como o mapeamento de dados, treinamento constante de equipes e o uso de automação e inteligência artificial, pode mitigar as ameaças. O seguro cibernético também é uma proteção estratégica e flexível porque oferece suporte financeiro e operacional para a recuperação rápida e eficaz em casos de violação. Em um mundo onde a digitalização avança a passos largos, as empresas precisam enxergar a cibersegurança como um investimento para preservar operações, reputação e confiança. Afinal, em um ambiente de riscos, proteger-se com ferramentas e cobertura facultativa pode ser o diferencial que garante a sobrevivência e o crescimento de corporações e entidades, independentemente de seu porte.

Postado em
23/1/2025
 na categoria
Tecnologia

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