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scaneamento de íris do Worldcoin

No mundo atual, o aumento de fraudes online exige soluções por parte das organizações e companhias que atuam a favor da proteção de usuários e empresas. Recentemente, o Worldcoin, projeto idealizado por Sam Altman, CEO da OpenAI, utiliza o escaneamento de íris para criar identidades digitais únicas. O objetivo é prevenir fraudes e trazer mais segurança às interações online, um desafio que também impacta o setor de seguros, incentivando a adoção de estratégias tecnológicas para proteger clientes e mitigar prejuízos. O projeto Worldcoin emprega um dispositivo chamado Orb para escanear a íris, gerando um identificador único, o World ID, projetado para distinguir humanos de robôs em transações digitais. Até agora, mais de 115 mil brasileiros aderiram ao programa, que também oferece uma recompensa financeira aos participantes. Apesar de seu potencial, o projeto levanta preocupações sobre privacidade e segurança de dados, especialmente pelo risco associado ao armazenamento em larga escala de informações biométricas. 

Fraudes digitais e o impacto no setor de seguros 

O setor de seguros sofre impactos diretos com fraudes digitais, incluindo falsificação de documentos, identidades falsas e sinistros fraudulentos, que podem ocasionar prejuízos milionários e aumento nos custos para os clientes. De acordo com segundo a ADDP (Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor), em 2024 o número de crimes digitais cresceu 45% em relação ao ano anterior, totalizando cerca de 5 milhões de fraudes. A estimativa é de que 1 em cada 4 brasileiros tenha enfrentado tentativas de golpe, com metade das vítimas efetivamente prejudicadas. Os golpes mais comuns são de fraudes bancárias, phishing sofisticado e golpes baseados em engenharia social, que manipulam as vítimas para causar prejuízo financeiro. Francisco Gomes Júnior, presidente da ADDP e especialista em cibersegurança, alerta para o crescimento no uso de IA nesses crimes, permitindo simulações realistas de vozes e imagens que tornam os golpes mais convincentes. Apesar de ainda provisórios, os dados da ADDP, baseados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, indicam um aumento expressivo nas fraudes, com números finais esperados nos primeiros meses de 2025. Gomes reforça a importância de registrar boletins de ocorrência e buscar órgãos de defesa do consumidor para mapear melhor a atuação dos criminosos.

Fraude de reconhecimento facial na dark web ressalta urgência em reforçar a segurança

Hackers na dark web criaram, recentemente, bases de dados com imagens faciais obtidas ilegalmente, em uma prática chamada "Face ID Farming". O esquema tem como objetivo driblar sistemas de verificação biométrica, amplamente utilizados por bancos e instituições financeiras. Pesquisadores do iProov identificaram uma operação criminosa que combina documentos legítimos com dados biométricos correspondentes, formando pacotes de identidade altamente sofisticados e difíceis de detectar. Esses pacotes facilitam fraudes complexas, como roubo de identidade, e ameaçam a segurança financeira. A situação ressalta a necessidade de medidas robustas para proteger dados biométricos e combater fraudes tecnológicas.

Medidas que os segmentos de seguros podem adotar

O crescimento das fraudes digitais desafia os diversos segmentos de seguros a adotarem estratégias inovadoras para proteger suas operações e clientes. O uso de tecnologias avançadas, como inteligência artificial e análise de dados, pode auxiliar na detecção e prevenção de comportamentos suspeitos, identificando padrões de fraude em tempo real. Investir em sistemas biométricos mais seguros e promover a conscientização dos consumidores sobre práticas seguras são ações indispensáveis. Além disso, a colaboração entre seguradoras, governos e órgãos reguladores é fundamental para criar um ambiente de confiança, reduzindo vulnerabilidades e melhorando os mecanismos de segurança. Esses esforços não apenas minimizam os impactos financeiros das fraudes, mas também fortalecem a credibilidade do setor junto aos clientes.

O desafio da privacidade e as tecnologias no combate às fraudes

Embora tecnologias baseadas em dados biométricos ofereçam avanços no combate às fraudes, elas enfrentam desafios relacionados à privacidade. A implementação dessas soluções exige responsabilidade no tratamento dos dados pessoais, seguindo diretrizes como as estabelecidas pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).  É preciso que as organizações sejam incentivadas a promover uma cultura de privacidade, conscientizando colaboradores e adotando boas práticas no gerenciamento do ciclo de vida das informações. No caso do Worldcoin, a compensação financeira para participantes gerou questionamentos sobre a segurança e o uso ético dos dados biométricos coletados. No setor de seguros, a aplicação de tecnologias similares requer um equilíbrio cuidadoso entre a eficiência no combate às fraudes e o respeito aos direitos dos clientes. A transparência nos processos, a conformidade com normas de proteção de dados e a educação do consumidor são essenciais para assegurar a confiança e o sucesso dessas iniciativas.

Alianças estratégicas e responsáveis são fundamentais para mitigar fraudes

O setor de seguros, em especial, deve se destacar pelo exemplo, promovendo soluções e integrando tecnologias avançadas com uma abordagem humana e responsável. O surgimento e evolução de tecnologias como o escaneamento de íris, representada pelo projeto Worldcoin, é um avanço na busca por soluções contra fraudes digitais. Entretanto, iniciativas dessa magnitude demonstram a necessidade de combinar inovação com responsabilidade, principalmente no que diz respeito à proteção de dados pessoais. No setor de seguros, o impacto dessas tecnologias é duplo: por um lado, elas representam uma oportunidade de aprimorar os mecanismos de prevenção de golpes, fortalecendo a confiança entre consumidores e instituições; por outro, exigem um compromisso rigoroso com a transparência e o cumprimento de regulações, como a LGPD. Para o futuro, o sucesso dessas iniciativas dependerá de uma colaboração estreita entre desenvolvedores de tecnologia, seguradoras e órgãos reguladores, com foco na proteção dos dados e na construção de um ambiente digital mais seguro e confiável.

Postado em
21/1/2025
 na categoria
Tecnologia

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