O

pensamento criativo é uma habilidade indispensável no mundo dos negócios, porque permite que as empresas acompanhem as mudanças nas demandas do mercado e respondam às necessidades dos consumidores. Empresas que estimulam a criatividade conseguem desenvolver soluções mais inovadoras. No entanto, barreiras culturais invisíveis ainda são um obstáculo para muitas organizações, inclusive para as seguradoras. Sem um ambiente que promova ideias novas e encoraje a experimentação, as iniciativas de inovação correm o risco de se tornarem superficiais, incapazes de gerar impacto para a empresa ou para seus clientes.

Essência dos seguros é proteger as pessoas e seus bens

Essa resistência à criatividade é particularmente problemática no mercado de seguros, uma área que, em sua essência, existe para atender pessoas e proteger o que lhes é mais valioso. O propósito das seguradoras está intrinsecamente ligado ao relacionamento com os segurados, pois é esse vínculo que define sua relevância no mercado. Incorporar o pensamento criativo nas estratégias das seguradoras melhora a experiência do cliente porque cria novas formas de se relacionar com eles. Com maior empatia e alinhamento às expectativas dos consumidores, é possível transformar a percepção sobre os seguros, tornando-os mais acessíveis e úteis no cotidiano.

Muitos consumidores veem os seguros como produtos complicados

Um dos desafios mais evidentes no setor é a complexidade que permeia os contratos de seguros, muitas vezes cheios de termos técnicos e burocracias que afastam potenciais clientes. Muitos consumidores veem os seguros como produtos complicados, o que dificulta o acesso e, consequentemente, a proteção de que poderiam se beneficiar. A tecnologia e a criatividade atuam como aliadas para simplificar processos e torná-los mais intuitivos. Aplicativos e plataformas digitais oferecem uma forma prática de gerenciar apólices, realizar simulações e acionar coberturas. Além disso, estratégias criativas, como o uso de conteúdos visuais em redes sociais, ajudam a traduzir conceitos técnicos em informações claras e compreensíveis. Assim, uma mãe que enfrenta um vazamento em casa pode, com poucos cliques em um aplicativo, resolver sua situação sem o desgaste de interagir com sistemas burocráticos.

Personalização e agilidade no atendimento 

A personalização é outro ponto central no qual a criatividade e a tecnologia desempenham papéis complementares. Os modelos tradicionais de seguros muitas vezes não conseguem atender às necessidades específicas de clientes com perfis variados. Por exemplo, um jovem que utiliza a bicicleta como principal meio de transporte não encontra valor em pacotes de seguro automotivo convencionais. Por meio da análise de dados e da inteligência artificial, as seguradoras podem oferecer produtos personalizados, ajustados às realidades e preferências individuais. Essa capacidade de adaptar os seguros às circunstâncias do consumidor reforça sua utilidade e conecta o serviço a necessidades práticas do cotidiano.

A agilidade no atendimento também é uma questão crítica para o mercado de seguros. Muitos clientes relatam frustrações com a lentidão no processo de acionar e resolver sinistros. Com o auxílio de tecnologias como chatbots, sistemas automatizados e aplicativos que permitem o envio de imagens para avaliação de danos, as seguradoras podem transformar o atendimento, tornando-o mais rápido e eficiente. Por exemplo, um motorista que sofre um pequeno acidente pode enviar fotos dos danos pelo celular e receber uma resposta rápida para autorizar os reparos. Essa simplificação reduz o estresse e aproxima os consumidores da marca.

Microsseguros e modelos pay-per-use ajudam a democratizar os seguros

Outro aspecto relevante é a democratização do acesso aos seguros. Durante muito tempo, esses produtos foram considerados inacessíveis para grande parte da população, vistos como um privilégio de poucos. No entanto, a tecnologia possibilita a criação de microsseguros e modelos pay-per-use, que tornam os seguros mais acessíveis a diferentes públicos. Startups do setor têm liderado essa transformação, desenvolvendo alternativas modulares que atendem a necessidades específicas com custos reduzidos. Assim, um pequeno comerciante pode proteger seu estoque contra roubo ou danos por um valor acessível, trazendo tranquilidade e segurança para sua rotina diária.

A criatividade pode humanizar as interações

A confiança no setor de seguros também tem sido um desafio, alimentada por uma percepção de falta de transparência e pela impressão de que "seguros nunca pagam". A tecnologia, especialmente com o uso de blockchain, pode oferecer maior clareza nos contratos, garantindo que os termos sejam compreensíveis e respeitados. Ao mesmo tempo, a criatividade pode humanizar as interações, utilizando narrativas autênticas para mostrar como os seguros impactam positivamente a vida das pessoas. Histórias reais de famílias que tiveram suas casas reconstruídas após desastres ou de pequenos empreendedores que conseguiram reerguer seus negócios graças a um seguro criam uma conexão emocional e fortalecem a relação de confiança entre as seguradoras e seus clientes.

“A tecnologia fez o mundo ficar mais próximo e continuará fazendo isso”

A integração entre tecnologia e criatividade no mercado de seguros, no entanto, requer mais do que investimentos em ferramentas e soluções. É necessário construir uma cultura organizacional que valorize o pensamento criativo. Isso significa eliminar barreiras que limitam a expressão de ideias e colocar as pessoas no centro das decisões, tanto no nível interno, com os colaboradores, quanto no relacionamento com os clientes. Aliás, a tecnologia em si deve ser usada justamente para colocar as pessoas no centro do relacionamento com as seguradoras. O próprio Steve Jobs – fundador da Apple – afirmou: “A tecnologia fez o mundo ficar mais próximo e continuará fazendo isso”.

Atuando dessa forma os seguros passam a ocupar o lugar do seu propósito de existência: o do segmento que oferece segurança e apoio prático às pessoas

Na prática, unir tecnologia e criatividade significa transformar a experiência do consumidor, tornando os seguros mais acessíveis, ágeis e personalizados. Essas ferramentas podem ajudar o setor a lidar com as dificuldades atuais, como a necessidade de adaptação a novos riscos e a busca por maior eficiência e confiança. Como bem destacou Albert Einstein: “A vida é como andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio, você deve continuar se movendo.” Para o mercado de seguros, esse movimento implica avançar na direção de soluções inovadoras e humanas. Atuando dessa forma os seguros podem deixar de ser vistos, no cotidiano, apenas como um recurso para situações de crise e passarem a ocupar o lugar do seu propósito de existência: o do segmento que oferece segurança e apoio prático às pessoas.

Postado em
2/12/2024
 na categoria
Tecnologia

Mais sobre a categoria

Tecnologia

VER TUDO